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5.3.2 – Carga Uniformemente Distribuída
As cargas uniformemente distribuídas são frequentemente utilizadas no dimensionamento dos pa-
vimentos industriais, mas na realidade, não são tão comuns, mas sim camufladas por cargas pon-
tuais, lineares e outras configurações.
Sob o ponto de vista exclusivamente técnico, uma carga distribuída refere-se a um carregamento
plano, apoiado sobre o piso por meio de uma área de contato que coincide com a projeção do car-
regamento, sem que haja a existência de cargas pontuais ou lineares.
Usualmente, as cargas distribuídas geram um momento negativo nos corredores, que suplantam os
momentos positivos que ocorrem sob a placa. Estes momentos são inferiores aos produzidos por
cargas móveis ou pontuais e que por este motivo, são desprezados.
Há dois modelos simplificados de cálculo, o da PCA e o da Concrete Society. Ambos baseiam-se
nos estudos de Hetényi, de vigas apoiadas em fundação elástica. A diferença básica é que o segun-
do permite variar o módulo de elasticidade do concreto, enquanto que no da PCA esse valor está
inserido da fórmula e é da ordem de 28 GPa. Para esse valor de módulo, os resultados obtidos são
equivalentes para ambos.
O processo difundido no TR34 (
Concrete Society,
2003
) para a verificação de carga distribuída é
mais completo, sendo incorporar o termo
λ
às equações. Este termo é uma característica conjunta
do sistema placa de concreto e fundação, esta expressa pelo seu módulo de deformação, dado
pela expressão:
λ
=
4
3.k
E.h
3
Onde
k
é o módulo de reação da fundação,
E
o módulo de elasticidade do concreto e
h
a espessura
da placa. O máximo momento negativo (na face superior da placa de concreto) acontece quando as
cargas distribuídas são afastadas de uma distância igual a
2
.λ
π
(
figura
5.8
), denominada corredor
crítico. Espaçamentos maiores e menores resultam em momentos negativos de menor intensidade.
2
.λ
π
Figura 5.8: Esquema de carregamento para o máximo esforço gerado por uma carga distribuída w
Segundo
Hetenyi
o momento máximo (negativo) devido a carga distribuída
w
, é dado por:
M
n
= 0,168.w
λ
2
No modelo da PCA, obtêm-se diretamente a carga admissível máxima no piso (
figura 5.8
) em função
da tensão admissível, espessura e módulo de reação
k
, o que torna seu emprego relativamente fácil:
c = 1,03 x
σ
adn
x h . k