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05.
DIMENSIONAMENTO
5.1. Introdução
Observamos no Brasil, a partir da década de 1990 um expressivo aumento nas exigências de qua-
lidade dos pisos industriais, inclusive relativos a projeto. Costumava-se dimensionar os pavimentos
industriais com base somente nos critérios da PCA.
A grande popularidade desse método deve-se à ênfase que a ABCP deu a ele, que se popularizou
com os trabalhos divulgados em simpósios
(Pitta
&
Carvalho,
1981)
e cursos promovidos por
aquela entidade.
A partir de 1995 começam a surgir novas tendências de dimensionamento, agora vindas da Europa
(The Concrete Society,
1994)
, com o ressurgimento dos trabalhos de
Lösberg e Meyerhof
, em
contraponto aos preceitos dos americanos Westergaard
(Westergaard,
1927)
, Pickett e Ray
(Pi-
ckett e Ray,
1950)
e Packard
(Packard,
1976)
, este com contribuições mais afeitas ao pavimento
industrial.
Os fatores que diferem as duas escolas - a europeia e a norte-americana - residem fundamental-
mente no fato da primeira focar pavimentos reforçados, cujos métodos consideram o comporta-
mento plástico dos materiais na ruptura, como os que empregam telas soldadas, fibras de alto
módulo ou protensão, enquanto a americana trabalha essencialmente com concreto simples.
A diferença entre as estruturas dos dois pavimentos é acentuada: os critérios americanos produzem
placas de elevada rigidez e de pequenas dimensões, já os procedimentos europeus, conduzem a
pavimentos esbeltos e placas de grandes dimensões, sendo deles a concepção do pavimento tipo
Jointless, que emprega placas com mais de 500 m
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.
O Brasil vem trilhando e adaptando às suas necessidades o caminho da escola europeia e o grande
avanço das técnicas de dimensionamento dos pavimentos estruturalmente armados
(Rodrigues &
Pitta,
1997)
contribuíram para selar essa tendência.
Início da pavimentação rígida
O trabalho desenvolvido por Westergaard
(Westergaard, 1927)
teve uma contribuição imensa para
a criação das bases teóricas do dimensionamento de placas apoiadas em meio elástico. Wester-
gard é citado em praticamente todos os trabalhos atuais e suas equações básicas são ainda muito
utilizadas.
Elas fornecem a tensão gerada na placa quando é aplicada uma carga
P
em uma área de contato
circular com raio
a
, para carregamentos posicionados no interior da placa comumente designada
como carga central - na borda e no canto; nestes dois casos, considerase bordas livres, isto é, sem
barras de transferência.