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04.
CONCRETO
4.1. Introdução
O sucesso dos pisos está fortemente associado ao trinômio, projeto, materiais e execução, só que
muitas vezes, a deficiência relativa aos materiais acaba sendo encoberta e até erroneamente impu-
tada à execução.
Entretanto, a observação mais atenciosa de defeitos em pavimentos industriais pode levar à conclu-
são de que boa parte das patologias encontradas está relacionada à escolha inadequada do tipo do
concreto, seus constituintes e da sua execução. Neste capítulo, procuraremos analisar com maior
profundidade as características que devem ser levadas em consideração na escolha do concreto.
Quando não é possível contar com a assessoria de especialista, deve-se analisar principalmente
os seguintes parâmetros: resistência à compressão e à tração na flexão (ou módulo de ruptura ou
resistência à flexão), resistência ao desgaste, exsudação e retração hidráulica.
4.2 - Resistência do Concreto
A resistência do concreto é largamente empregada para avaliar ou definir o seu desempenho, em-
pregando-se frequentemente a resistência à compressão, que é mais fácil e menos dispendiosa de
se medir. Outros parâmetros como o módulo de elasticidade, resistência à abrasão, condutibilidade,
etc, podem ser avaliados pela resistência.
No caso do piso com armadura distribuída, a resistência irá determinar a espessura do concreto, a
rigidez, a qualidade superficial, e também, indiretamente, irá influenciar as deformações da placa,
como o empenamento.
A resistência do concreto deve ser dosada na medida certa, pois quanto excessivamente elevada,
acaba conduzindo a maiores módulos de elasticidade e menor fluência na tração. A placa de con-
creto precisa acomodar uma série de deformações, quer de origem térmica como hidráulica e quan-
do é muito rígida acaba tendo baixa relaxação diminuindo a capacidade do concreto em absorver
movimentações e dissipar tensões.
A resistência do concreto está intimamente relacionada à resistência da pasta de cimento, do agre-
gado e da interface pasta-agregado, sendo esta bastante crítica no caso de esforços à tração na
flexão.
O primeiro fator a ser analisado é a relação água/cimento
(a/c)
, que representa seguramente o prin-
cipal parâmetro da resistência do concreto
(Neville, 1996)
e é universalmente conhecida por Lei de
Abrams. Trabalhos experimentais indicam que a relação a/c explica, em média, 95% das variações