Pavimentos Industriais de Concreto Armado
52
Retração plástica
As fissuras de retração plástica são causadas pela mudança de volume do concreto no estado
plástico.
Fases da Retração
As retrações que ocorrem no concreto antes do seu endurecimento podem ser dividias em quatro
fases
(Wanj
et
al,
2001):
Primeira fase - assentamento plástico:
ocorre antes da evaporação da água do concreto;
quando do lançamento, o espaço entre as partículas sólidas estão preenchidas com água; assim
que essas partículas sólidas assentam, existe a tendência da água subir para a superfície forman-
do um filme e esse fenômeno é conhecido por exsudação. Neste estágio a mudança de volume
do concreto é muito pequena.
Segunda fase - retração plástica primária ou retração por exsudação:
é a fissura plástica
clássica. A água superficial começa a evaporar-se por razões climáticas - calor, vento, insolação
- e quando a taxa de evaporação excede a da exsudação, o concreto começa a contrair-se. Este
tipo de retração ocorre antes e durante a pega e é atribuída às pressões que desenvolvem nos
poros capilares do concreto durante a evaporação.
Terceira Fase - Retração Autógena:
neste caso,quando a hidratação do cimento se desenvol-
ve, os produtos formados envolvem os agregados mantendo-os unidos; nessa fase, a importân-
cia da capilaridade decresce e o assentamento plástico e a retração plástica primaria decrescem,
tomando seu lugar a retração autógena, que quando o concreto está ainda no estado plástico é
pequena, ocorrendo quase que totalmente após a pega do concreto. No passado essa parcela
da retração era praticamente desprezada, mas hoje, principalmente com o emprego de baixas
relações água/cimento, a retração autógena ganhou destaque importante.
Quarta fase - retração plástica secundária:
ocorre durante o início do endurecimento do con-
creto. Assim que o concreto começa ganhar resistência, a retração plástica tende a desaparecer.
As combinações mais comuns de ocorrência da retração plástica são as três primeiras fases: as-
sentamento plástico, retração por exsudação e a retração química (autógena).
Sempre que há restrições a essas variações volumétricas, tanto internas como externas, desenvol-
vem-se tensões de tração com probabilidade da ocorrência de fissuras.
Nos últimos anos temos observado um aumento significativo das patologias associadas à retração
plástica do concreto, que podem estar ligadas a relações água/cimento mais baixas e ao emprego de
cimentos de finura mais elevada, além do emprego de outros materiais cimentícios adicionados a ele,
como a escória de alto forno, pozolanas, filer calcário, geralmente extremamente finos; é sabido que
essas adições incrementam a retração do concreto
(Neville,
1996).
Esse aumento na retração plástica geralmente está associado a três fatores: baixas taxas de exsu-
dação, elevada retração autógena e elevadas pressões capilares provenientes das altas finuras dos
materiais cimentícios.
Há algum tempo, imaginava-se que as fissuras de retração plásticas eram inofensivas, pois apresen-
tavam pequena profundidade não progredindo com o pavimento em utilização. Isso com certeza era
verdadeiro quando as tensões de retração hidráulica eram baixas e as tensões de utilização, aquelas
oriundas dos carregamentos, eram pequenas.
Hoje em dia, além das expressivas retrações dos concretos modernos, os pisos são na sua totali-