Novos Critérios para Pavimentos Industriais de Concreto Armado - page 28

Pavimentos Industriais de Concreto Armado
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Concreto Compactado
com
Rolo
O
concreto
compactado
com
rolo
-
CCR
- é um excelente material para confecção de bases
e sub-bases, tendo surgido do sucesso que o material apresentou na confecção de barragens.
Pode ser definido como sendo um concreto de consistência seca, que no estado fresco permite
ser misturado, transportado, lançado e adensado com equipamentos usualmente empregados em
serviços de terraplanagem
(Andriolo,
1989).
A diferença básica entre a
BGTC
- anteriormente definida - e o
CCR
está no consumo de cimento
mais elevado deste e a não necessidade da observância de uma granulometria tão rigorosa; adi-
cionalmente, pesquisas têm demonstrado que a energia de compactação é muito menos relevante
do que o teor de cimento, que acaba governando as sua propriedades mecânicas
(Trichês, 1994).
Muitas vezes confundido com o concreto pobre o
CCR
pode ter consumos variados, podendo
atingir resistências elevadas para diversas aplicações, podendo ser até empregado como camada
de rolamento, como um pavimento rígido
(Abreu, 2002)
. Na função de sub-base, admitindo-se que
a faixa de variação do módulo de elasticidade (módulo de deformação elástica) esteja situado entre
7 e 14 GPa, levaria a consumos aproximados entre 80 e 120 kg/m
2
. Nesta faixa de consumo, de
acordo com Trichês
(Trichês, 1994)
, a massa específica seca máxima estaria ao redor de 2.250 kg/
m
2
e a resistência à compressão entre 4 MPa e 10 MPa.
O
CCR
apresenta a facilidade de ser fornecido pelas concreteiras em caminhões do tipo betoneira,
facilitando em muito o seu emprego, devendo-se apenas atentar que misturas secas podem se
desagregar durante a descarga.
2.3.3 - Sub-bases Tratadas com Outros Estabilizantes
A diversidade geográfica do Brasil faz que ocorram situações em que há dificuldades de obter ma-
teriais necessários para a execução das sub-bases tradicionais. Em alguns casos é possível utilizar
o solo local misturado com outros tipos de estabilizantes, além do cimento já descrito, que podem
conferir propriedades semelhantes às sub-bases tradicionais.
Outra vantagem das sub-bases executadas com solos tratados é a sua característica ecológica.
Por utilizar parte do próprio solo local, e deixar de utilizar materiais não renováveis, esta solução
também tem um apelo sustentável, e vem ao encontro das soluções mais modernas que procuram
alternativas que visam minimizar o impacto ao meio ambiente.
Dos materiais possíveis, os mais comuns são os estabilizantes químicos, geralmente subprodutos
industriais, e a cal. Para serem caracterizadas como sub-bases as misturas dos solos com estes
estabilizantes também devem ter características que reduzem os riscos de bombeamento de finos
nos solos, que garantam uma homogeneidade para o apoio da placa de concreto e que também
possam conferir um ganho estrutural para as camadas.
Desta forma é recomendado que as misturas de solos a serem utilizados com o objetivo de ser
tornarem sub-base apresentem as seguintes características:
- quantidade de material passando na peneira no 200 ≤ 35%,
- índice de plasticidade ≤ 6%,
- limite de liquidez ≤ 25%,
-
CBR
superior 60% (ou superior à 80% para áreas sujeitas à tráfego pesado), ou conforme
os critérios do projetista, e
- expansão ≤ 0,5%.
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