Pavimentos Industriais de Concreto Armado
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3.4 - Aditivos
O uso de aditivos está bastante disseminado entre os tecnologistas de concreto, sendo empregado
em praticamente todas as obras, existindo uma vasta gama de produtos: redutores de água, re-
tardadores, aceleradores, superplastificantes, além daqueles que incorporam mais de uma função.
Normalmente na execução dos pavimentos industriais a facilidade no lançamento do concreto é
quase uma constante, não havendo, na maior parte das aplicações, a necessidade do emprego de
misturas superfluídas ou de concretos autoadensáveis. Apesar de tentadora, pela enorme facilidade
que oferece, a utilização de concreto auto-adensável deve ser feita com critério para que não haja
segregação da mistura, exceto quando se emprega aditivo adequado para este fim.
Na maior parte das utilizações, os aditivos são empregados simplesmente para promover o aumen-
to da plasticidade da mistura, permitindo a redução do consumo de água e cimento. Para essas
situações são empregados aditivos plastificantes convencionais, devendo-se unicamente atentar
para o fato de que esses aditivos costumam aumentar o tempo de pega do concreto, o que pode
levar a problemas na fase de acabamento em função da desuniformidade com que a ela ocorre.
A causa dessa desuniformidade reside nas pequenas variações normais na dosagem, bem como
na própria heterogeneidade da mistura, fazendo com que porções do concreto apresentem pega
diferenciada.
O emprego de aditivos superplastificantes é feita quando há necessidade de limitações severas
da retração, pois permitem manter a plasticidade com quantidade mais baixa de água. Os aditivos
polifuncionais, que praticamente ocuparam o espaço dos plastificantes, permitem a sua utilização
tanto como plastificante como para superplastificante, dependendo do teor que ele é empregado.
Aditivos retardadores do tempo de pega devem ser evitados pelos motivos já expostos. Em regiões
de clima muito quente é costume o seu emprego para compensar a agressividade climática, mas
quando fazemos isso estamos na verdade mascarando um problema maior, que é a concretagem
em clima quente, que deve ter uma abordagem específica
(ACI,
1999).
Um tipo de aditivo que poderá ser muito útil para os pavimentos industriais são os que se propõe a
combater a retração do concreto. Ainda pouco conhecidos no Brasil, foram desenvolvidos no Japão
a partir de 1980 e têm como base compostos orgânicos à base de éter glicol ou propileno glicol
e são capazes de promover reduções de até 80% da retração final do concreto
(Vieira & Benini,
2001).
3.5 Agregados de alta Resistência
Os pisos executados com argamassa de alta resistência eram muito populares no Brasil até a dé-
cada de 1980 e se constituíam de placas de concreto revestidas com argamassas, aplicadas no
sistema úmido sobre seco e, posteriormente, úmido sobre úmido, no qual o lançamento desta era
praticamente simultânea com o substrato.
Com o avanço dos pisos monolíticos, constituídos por apenas uma camada de concreto de elevada
resistência, esses sistemas praticamente caíram em desuso, pois toda a característica resistente é
dada pelo próprio concreto.
Entretanto, ainda existem casos em que o concreto sozinho não consegue atender as necessidades
abrasivas. Nesses casos, emprega-se aspersão de agregados de alta resistência sobre o piso, em
taxas que variam entre 4 kg/m
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a 7 kg/m
2
; esses agregados são produzidos com minerais duros,
como o quartzo, diabásio, etc, e para solicitações mais intensas emprega-se uma parcela de agre-