Pavimentos Industriais de Concreto Armado
24
O primeiro aspecto que deve ser considerado diz respeito à estabilidade do material. Entende-se
por material estabilizado todo aquele cuja granulometria obedece a uma curva do tipo da de
Talbot
.
As britas normalmente empregadas na confecção de concreto, que situam-se em faixas granulo-
métricas estreitas, sendo praticamente monogranulares, não apresentam características que permi-
tem sua estabilização granulométrica, apresentando baixa capacidade de suporte, fato facilmente
comprovável em obra, pois qualquer movimentação de equipamentos desagrega facilmente a base
recém compactada.
Adicionalmente à granulometria, é necessário que o ligante, que é o material que passa pela peneira
nº 40, não seja muito ativo. A dosagem das diversas frações de pedregulho, areia, silte e argila na
composição de um solo estabilizado pode ser feita por processos analíticos comumente utilizados
no proporcionamento de qualquer mistura granular, a partir de suas curvas granulométricas.
O segundo aspecto a ser considerado diz respeito aos critérios de projeto que impeçam o fenôme-
no de bombeamento. Conforme sugestão do
Bureau
of Public Roads
, materiais que obedecem
às especificações da
AASHTO
(PITTA,
1998)
atendem satisfatoriamente às condições de impedi-
mento do bombeamento. Tal especificação recomenda:
a - tamanho máximo do agregado inferior a 1/3 da espessura da sub-base;
b - quantidade de material passando na peneira nº 200 inferior a 35%;
c - índice de plasticidade inferior a 6%; d - Limite de liquidez inferior a 25%.
De maneira mais expedita, é possível obter-se a brita graduada usinada, isto é, adequadamente
dosada, sendo possível estabelecer a faixa mais recomendável para o pavimento em análise, po-
dendo-se seguir, por exemplo, uma das seguintes faixas granulométricas do
DNIT
, que considera
como admissíveis as apresentadas na
tabela
2.3
(DNIT,
1997)
.
Tipos
Para N > 5 x 10
6
Para N < 5 x 10
6
Tolerâncias
da faixa de
projeto
Peneiras
A
B
C
D
E
F
% em massa passando
50
100
100
-
-
-
-
± 7
25
-
75-90
100
100
100
100
± 7
9,5
30-65
40-75
50-85
60-100
-
-
± 7
4,8
25-55
30-60
35-65
50-85
55-100
10-100
± 5
2,0
15-40
20-45
25-50
40-70
40-100
55-100
± 5
0,425
8-20
15-30
15-30
25-45
20-50
30-70
± 2
0,075
2-8
5-15
5-15
10-25
6-20
8-25
± 2
Tabela
2.3:
Faixas Granulométricas Admissíveis
- a fração que passa na peneira 0,425 mm deverá apresentar limites de liquidez inferior ou igual a
25% e índice de plasticidade inferior ou igual a 6%; quando esses limites forem ultrapassados, o
equivalente de areia deverá ser maior que 30%.
- a porcentagem do material que passa na peneira 0,075 mm não deve ultrapassar 2/3 da por-
centagem que passa na peneira 0,425 mm.
A faixa tipo
A
é denominada de graduação aberta e permite o rápido escoamento das águas que
permearam o revestimento, enquanto que a
B
, de graduação densa, é menos permeável e tem bom
desempenho em áreas cobertas. As designações de
N
, referem-se ao eixo padrão rodoviário, que
auxiliam na interpretação do volume de tráfego para pavimentos flexíveis.