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Da mesma forma que nos solos, as imensas dimensões territoriais do nosso país faz com que a
diversidade dos agregados também seja grande, tornando-se muito importante a avaliação de suas
propriedades, que são regidas pela norma
NBR
7211
- Agregados para concreto
(ABNT
1983)
.
De maneira geral, se um determinado agregado pode ser empregado em concreto convencional,
ele poderá ser utilizado para os pavimentos industriais; as exceções são apresentadas nos itens a
seguir.
Os agregados podem ser classificados como naturais, quando não necessitam processo de bene-
ficiamento, caso das areias e seixos rolados e os artificiais, como a pedra britada. Sob o ponto de
vista de granulometria, os agregados podem ser subdivididos em miúdo e graúdo; no primeiro caso,
denominado areia, a dimensão máxima característica é de 4,8 mm; e para os graúdos, aqueles que
apresentam partículas acima dessa dimensão.
Agregados miúdos
Uma grande parcela da areia empregada no Brasil é natural, extraída de rios ou de cavas (depósi-
tos naturais), mas com a nova legislação ambiental, cada vez mais tem-se procurado empregar as
artificiais, oriundas do processo de britagem de rochas estáveis. Quanto a granulometria, as areias
classificam-se em quatro faixas, indicadas na
figura
3.2
(ABNT,
1983).
O agregado miúdo apresenta forte influência sobre a trabalhabilidade do concreto: no caso do em-
prego de material muito fino, isso irá facilitar as operações de acabamento e a exsudação do con-
creto estará melhor controlada, mas haverá incremento na demanda de água do concreto, o que
implica em dizer em aumento da retração hidráulica. Há também indícios que areias muito finas pos-
sam favorecer o fenômeno da delaminação, embora não haja comprovação científica desse fato.
No outro extremo, a adoção de areias grossas dificultará o acabamento, tornando a mistura áspera,
de baixa trabalhabilidade e favorecerá a exsudação do concreto, muito embora possa ocorrer redu-
ção do teor de água do concreto. Areais artificiais costumam produzir o mesmo efeito, e em função
disso geralmente são dosadas em conjunto com areais naturais finas, que irão suprir a deficiência
de finos.
Peneira, mm
% Retida Acumulada
Fina
Média Fina Média Grossa
Grossa
6,3
0 a 3
0 a 7
0 a 7
0 a 7
4,8
0 a 5
(a)
0 a 10
0 a 11
0 a 12
2,4
0 a 5
(a)
0 a 15
(a)
0 a 25
(a)
5
(a)
a 40
1,2
0 a 10
(a)
0 a 25
(a)
10
(a)
a 45
(a)
30
(a)
a 70
0,6
0 a 20
21 a 40
41 a 65
66 a 85
0,3
50 a 85
(a)
60
(a)
a 88
(a)
70
(a)
a 92
(a)
80
(a)
a 95
0,15
85
(b)
a 100
90
(b)
a 100
90
(b)
a 100
90
(b)
a 100
a - pode haver uma tolerância de no máximo 5 unidades porcentuais em um só dos limites marcados
com (a) ou em distribuídos em vários deles.
b - Para o agregado resultante de britagem, este limite poderá ser 80%.
Figura 3.2: Granulometria das areias
Outras características importantes que devem ser observadas são relativas às substâncias nocivas
presentes no agregado miúdo, conforme apresentado na
figura
3.3
(Rodrigues,
1989)
. Muitas
vezes, a simples observação da coloração da água proveniente da lavagem da areia fornece infor-
mações preciosas.