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6.3 - Classificação das Juntas
As juntas podem ser classificadas de acordo com o método executivo e função, em junta de cons-
trução, junta serrada e junta de encontro:
a -
junta de construção
(JC)
: esse tipo de junta, como o próprio nome sugere, é empregado em
função da limitação dos equipamentos de construção e devem ser executadas com dispositivos
de transferência de carga, como as barras de transferência (
figura
6.3
);
b -
junta
serrada
(JS)
: é empregada para permitir a acomodação das tensões geradas pela
retração do concreto e o seu espaçamento é função da taxa de armadura empregada. É sempre
importante o emprego de barras de transferência (
figura
6.4
), importantes também no controle
do empenamento da placa;
c -
junta
de
encontro
(JE)
, também chamadas de juntas de expansão: situada nos encontros
do piso com peças estruturais ou outros elementos, como canaletas e bases de máquinas, que
impeçam a livre movimentação do piso (
figura
6.5
), podendo possuir barras de transferência
(quando há tráfego sobre elas) ou não. No caso de pilares, há diversas alternativas, como as
juntas diamante ou circulares (
figuras
6.5
a
e
b)
ou mesmo o emprego da junta de encontro
convencional (
figura
6.5
); neste caso haverá cantos reentrantes que deverão ser armados.
6.4 - Espaçamento das Juntas
O espaçamento entre as juntas em um pavimento rígido irá depender do seu tipo - simples, com
armadura distribuída ou estruturalmente armado - da espessura da placa, do coeficiente de atrito
da placa com a sub-base e condições de cura.
Em pavimentos não armados, deve-se tomar extremo cuidado com o espaçamento entre as juntas,
que precisa ser cuidadosamente adotado. Durante a execução do piso, é necessário um monitora-
mento intenso para verificar se não estão ocorrendo fissuras causadas pela retração do concreto.
Essas fissuras ocorrem quando o espaçamento das juntas foi subestimado e as tensões de tração
originadas pela restrição ao movimento da placa, devido ao atrito com a sub-base, excedem à
tensão de ruptura do concreto, ou quando as condições de cura estão inadequadas e o concreto
retrai mais rapidamente do que aconteceria em condições normais, fazendo com que as tensões
induzidas pelo movimento ocorram em um período em que a resistência do concreto não está ple-
namente desenvolvida e, portanto, incapaz de suportá-las.
No piso não armado, a ocorrência dessas fissuras leva a sérios problemas, já que passam a traba-
lhar como verdadeiras juntas e, por não estarem seladas, deterioram-se rapidamente, havendo a
necessidade de sua recuperação.
Em nosso meio, são comuns os pisos com espessura em torno de 150 mm; nessas condições,
tomando-se cuidados extremos com os parâmetros de dosagem e cura, dificilmente pode-se ado-
tar placas maiores do que 5 m.
É por esses motivos que nos pavimentos industriais, nos quais as juntas quase sempre represen-
tam uma limitação ao seu desempenho, é recomendado pisos reforçados, cuja finalidade pode
ser unicamente de combater a fissuração ou de incrementar a capacidade estrutural da placa. Na
realidade, a fissura pode até ocorrer, mas permanece fechada, imperceptível como no concreto
armado, impedindo a entrada de materiais incompreensíveis que levariam à sua deterioração. Esse
mecanismo permite a adoção de placas razoavelmente mais longas do que nos pisos não armados,