81
06.
PROJETO DE JUNTAS
6.1. Introdução
Uma das mudanças mais significativas que ocorreram nos pavimentos industriais foi nas juntas, não
só relativas ao seu conceito, mas principalmente com relação à quantidade em que elas aparecem
nos projetos modernos desenvolvidos no Brasil, visto a escola europeia que temos seguido com
maior insistência, conforme pudemos ver no capítulo anterior.
Daqueles pisos das décadas de 1970 e 1980, nos quais tínhamos placas com dimensões ínfimas
entre 3 e 5 metros, exigidas pelas argamassas de alta resistência e preenchidas com um filete plás-
tico ou metálico, pouco se aproveitou em termos das juntas.
A causa dessa mudança pode ser principalmente imputada às novas configurações dos equipa-
mentos modernos que com as rodas revestidas com plástico rígido que introduziram tensões nas
bordas das juntas que foram impossíveis de serem absorvidas pelos arcaicos preenchimentos plás-
ticos.
Como resposta a esse problema surgiram novos materiais, denominados materiais de preenchi-
mento, pois na verdade a função principal deles é garantir a passagem de cargas dinâmicas sem
que haja o choque das pequenas rodas com as bordas da junta.
O concreto é um material que apresenta variações volumétricas marcantes, principalmente devido
à retração hidráulica que ele experimenta nas primeiras semanas de vida e, posteriormente, pelas
variações térmicas que sofre durante a vida útil.
Para dissipar essas movimentações, os pisos de concreto são formados por placas retangulares ou
quadrados, com dimensões limitadas, separadas pelas juntas. A função básica das juntas é permitir
as movimentações de contração e expansão do concreto, sem que ocorram danos ao piso sob o
ponto de vista estrutural e de durabilidade, permitindo a adequada transferência de carga entre as
placas contíguas.
As juntas representam os pontos mais frágeis no piso, e se não forem adequadamente projetadas
e executadas, podem provocar deficiência estrutural quer pela não transferência adequada dos es-
forços ou por movimentações verticais excessivas, que podem a levar desde a perda do material de
preenchimento ou de selagem até a ruptura das bordas, denominado esborcinamento.
No entanto, são de importância vital, tanto na fase executiva, permitindo a concretagem em etapas
discretas, formando faixas com dimensões compatíveis aos equipamentos disponíveis, quanto pos-
teriormente, criando os pontos enfraquecidos, que permitem a movimentação do concreto. Para
contornar os problemas citados nos parágrafos anteriores, deve-se procurar usá-las em menor