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A capacidade estrutural do solo, baseada em correlações empíricas, acabam sendo bastante úteis
para a maioria das situações de projetos. Uma delas, válida para 5≤N≤20:
σ
= 20 N(kPa)
Vale lembrar que o valor é uma estimativa da tensão de ruptura do solo, que geralmente é adotada
para uma deformação de 25 mm. No valor encontrado, devem ser aplicados os devidos coeficien-
tes de segurança, que variam entre 2 e 3 para condições normais de projeto de fundações e que,
para pisos, podem ser adotados similarmente
(Rodrigues,
2010)
.
Situações mais críticas, por exemplo, para valores de SPT abaixo de 5 ou para sobrecargas eleva-
das, como as acima de 100 kN/m², deve-se empregar ensaios mais específicos, como as provas de
carga direta ou outros tipos ensaios, como CPT, DMT – Dilatômetro de Marchetti, etc
(Rodrigues,
2010)
.
1.7 – Ensaios Complementares
Os ensaios convencionais do solo, como ensaios de sondagens a percussão
(SPT)
, Índice de Su-
porte Califórnia -
CBR
, e ensaio de placa (para obter o módulo de deformação –
k
); esses ensaios
apresentam limitações em algumas condições, ou podem não fornecer as informações necessárias
para uma análise mais realista da condição do solo. Neste caso podem ser necessários ensaios
complementares, cujo objetivo é detalhar melhor algumas características do terreno, não aferidas
pelos ensaios tradicionais.
Um exemplo desta situação acontece quando os ensaios de sondagens apresentam valores baixos
de
SPT,
quer pela presença de solos porosos superficiais ou solos adensáveis em camadas mais
profundas, com tendências a deformações e que poderiam levar a adoção de piso apoiado sobre
estacas, acarretando um acréscimo expressivo nos custo e nos prazos da obra.
Em situações similares, ensaios mais específicos são úteis para avaliar com maior precisão tanto a
capacidade de suporte do terreno como as deformações que o piso poderá sofrer ao longo da sua
vida útil. Através dos resultados destes ensaios, é possível tomar a decisão de recompactar certa
espessura do subleito – no caso de solos porosos – projetando elementos que evitem recalques
diferenciais do piso, ou mesmo definindo pela solução estaqueada.
1.7.1 – Dilatômetro de Marchetti (DMT):
Nos ítens seguintes são apresentados alguns ensaios complementares que o projetista do piso
poderá solicitar.
Este ensaio consiste na cravação de uma lâmina de aço provida de uma membrana também de aço
(
Figura
1.7
). Durante a penetração no solo é injetado gás sob pressão, de forma que a membrana
possa pressionar o solo e medir a sua deformação e o esforço de penetração.
A interpretação dos resultados permite a obtenção de parâmetros geomecânicos do solo a partir
de correlações de natureza semi-empírica (
Schnaid,
2000
). Um índice particularmente interessante
para avaliação de deformações é o módulo edométrico (
M
), que permite com relativa facilidade es-
timar valores de recalques no piso projetado.
É possível também obter – através do índice do material (
Id
) – o tipo do solo – areia, silte, ou argila.
Além de permitir aferir os valores de recalque e demais características não obtidas nos tradicionais
ensaios, os ensaios de
DMT
também garantem um índice de confiabilidade e de precisão bem