Novos Critérios para Pavimentos Industriais de Concreto Armado - page 105

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9.8 - Acabamento Superficial
A superfície do piso é a principal fonte de medida do seu desempenho, pois é ela que estará em
contato com todas as ações solicitantes. Pode-se dividir os pisos de concreto em dois grandes
grupos: os de
camada única
, onde o próprio concreto da laje funciona como revestimento, e os
com
revestimento
, muitas vezes impropriamente chamados de revestimentos de alta resistência,
que podem ser executados por dois procedimentos distintos, denominados
úmido-sobre-úmido
e
úmido-sobre-seco
.
O fato de o piso ser executado em
camada única
não significa necessariamente que vá possuir
menor resistência ao desgaste que o outro tipo. Na realidade, são largamente empregados e de-
pendendo do tipo do concreto e do tratamento a que foram submetidos, podem dar origem a pisos
com alta resistência ao desgaste, com uma série de vantagens adicionais sobre o sistema de dupla
camada.
Da mesma forma, os pisos
com
revestimento
não possuem necessariamente alta resistência,
cada vez menos empregados, mas podendo ser úteis quando a solicitação preponderante é abra-
siva e as cargas baixas. No sistema
úmido-sobre-úmido
, ou simplesmente úmido, a camada
de acabamento é lançada quando o concreto ainda se encontra no estado fresco, enquanto no
úmido-sobre-seco
, ou simplesmente seco, o concreto se encontra em fase de endurecimento
adiantada (
Rodrigues & Ligório,
1985
).
Na opção pelo sistema duplo, recomenda-se a adoção do úmido, uma vez que é mais garantida a
aderência das duas camadas: concreto e revestimento. No sistema seco, é necessária a adoção de
uma camada de ligação, confeccionada com argamassa de consistência seca, fonte frequente de
problemas, como o descolamento entre as camadas.
Sob o ponto de vista executivo do acabamento, tanto o sistema simples como o duplo usam os
mesmos equipamentos básicos. Neste trabalho será tratado apenas o primeiro caso. Entretanto
com poucas modificações, pode ser empregado no sistema duplo.
Alternativa que vem sendo empregada com bastante sucesso para incrementar a resistência abrasi-
va é a aspersão
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de agregados de alta dureza - tanto de origem mineral como metálica - na superfí-
cie de concreto, em taxas que variam de 4 kg/m
2
a 8 kg/m
2
preferencialmente com adição de certa
porcentagem de cimento- variando de 15% a 30% - misturado na própria obra ou empregando-se
produtos industrializados, que são fornecidos já misturados aos agregados, cimento, aditivos e até
mesmo corantes. 

Primeira
etapa:
regularizar o
concreto
A regularização da superfície do concreto é fundamental para a obtenção de um piso com bom
desempenho em termos de planicidade. Essa operação, embora aparentemente simples, precisa
ser executada com esmero e habilidade.
A ferramenta empregada é o chamado “rodo de corte (
figura 9.4
)”, constituído por uma régua de
alumínio ou magnésio, de três metros de comprimento, fixada a um cabo com dispositivo que per-
mita a sua mudança de ângulo, fazendo com que o “rodo” possa cortar o concreto quando vai e
volta, ou apenas alisá-lo, quando a régua está plana.
Deve ser aplicado no sentido transversal da concretagem , algum tempo após a concretagem,
quando o material está um pouco mais rígido. Seu uso irá reduzir consideravelmente as ondas que
a régua vibratória e o sarrafeamento deixaram.
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