101
As condições da cura inicial são bastante críticas na geração dessas fissuras, ver
figura
9.1
, mas
características do concreto como baixa relação água cimento - inferior a 0,42 (
Holt,
2000
) - e o
emprego de adições ativas finamente divididas levam a ocorrência de retrações químicas ou autó-
genas; observe na
figura 9.1
que a retração inicial pode variar substancialmente com as condições
de cura, indo desde 0 a 3 mm/m, enquanto que o incremento final praticamente não se alterara com
a condição de cura nas primeiras 24 horas.
A tela soldada pouco pode contribuir no combate a essas fissuras, pois elas ocorrem em uma fase
onde a aderência dela com a pasta de cimento ainda não é plena. Sua contribuição será em manter
posteriormente essas fissuras fechadas, evitando a sua degradação. Experiências conduzidas com
fibras plásticas denotam que estas contribuem significativamente para a redução dessa patologia
(
Rodrigues
& Motardo,
2001
), embora não apresentem, para as dosagens usuais, contribuição
estrutural em idades avançadas (
Trottier
et
al,
2002
).
Figura 9.1: Influência da condição de cura na retração inicial
do concreto
Nos pisos com acabamento superficial vítreo - desempenado liso - ocorre um tipo de fissura bas-
tante peculiar que são as do tipo
craqueladas
, também denominadas como
tela de galinheiro
ou
crazy cracking
. São causadas pela retração mais acentuada que ocorre na superfície e o aspecto
e a forma de geração delas é bastante similar do que ocorre quando o barro seca, formando uma
malha com cerca de 50 mm de abertura (
ACI,
1996
) vindo daí o nome
tela de galinheiro
.
As fissuras
tela de galinheiro
são uma manifestação da retração superficial do concreto, formando
uma malha de fissuras interligadas em rede, similares às observadas na lama quando ela seca, com
pequena luz e baixa profundidade. As causas prováveis delas podem ser:
- cura com água mais fria do que o concreto (diferença maior do que 12° C);
- alternância entre molhagem e secagem do concreto;
- vibração ou desempeno excessivo do concreto;
- retrabalho excessivo quando o concreto ainda está muito úmido;
- operações prematuras de floating e desempeno fino;
- jogar pó de cimento para acelerar a “secagem” e apressar o acabamento;
- lançar água na fase de acabamento.