Novos Critérios para Pavimentos Industriais de Concreto Armado - page 100

Pavimentos Industriais de Concreto Armado
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Essa condição advém de fontes importantes, como as profundas mudanças nas características dos
cimentos Portland atuais, como o expressivo aumento nas finuras e teores de adições, que se por
um lado trouxeram grandes benefícios como o aumento da resistência inicial e final ou incremento
na durabilidade pelo aumento da resistência química, tornaram o concreto mais susceptível à fissu-
ração, notadamente nas primeiras idades.
A evaporação da água do concreto inicia-se já nas fases de mistura, transporte, lançamento e aden-
samento. Todavia não sendo exagerada, não é prejudicial. Após o adensamento e antes do início de
pega, as taxas de evaporação são as mais elevadas observadas no período de cura, devido à alta
permeabilidade e à exsudação, (
Rodrigues, 1989
) trazendo consequências negativas ao concreto.
Mesmo após a pega, com expressiva redução na permeabilidade, há ainda grande facilidade de
evaporação da água, que se não for impedida ou restringida, contribui bastante para a formação de
fissuras. Denominam-se retração inicial as variações de volume ocorridas nesse período, fazendo
parte dela a retração plástica tradicional e as do tipo autógena e hidráulica inicial.
A retração plástica traz um tipo bem característico de fissuras, facilmente distinguíveis pela sua
ocorrência em grupos com fissuras paralelas entre si, com abertura elevada e baixa profundidade,
da ordem de milímetros, sendo bastante evidentes em pisos não submetidos ao desempeno após o
início de pega e com deficiências no sistema de cura inicial. Nesses casos é conveniente o emprego
de cura química, que são produtos que criam um filme na superfície e impedem a perda de água
nas primeiras idades.
É bastante comum observarem-se fissuras que espelham a armadura do concreto quando esta
se encontra próxima à superfície. Isso se deve ao assentamento do concreto em conseqüência da
perda de água, que não é acompanhado pela armadura, constituindo-se um caso particular da fis-
sura plástica, denominada fissura de assentamento, mas que ocorrem apenas em peças de elevada
espessura, portanto, são pouco prováveis em pavimentos.
As maneiras de controle das fissuras plásticas são na realidade uma combinação de diversos as-
pectos executivos que tratam basicamente do controle da evaporação. Para melhor compreensão
do fenômeno, convém recordá-lo: a água de exsudação sobe para a superfície em taxas decres-
centes e enquanto existir o equilíbrio entre a água exsudada e a evaporada, ou a primeira for maior,
não ocorrerão fissuras plásticas; no momento em que a água exsudada é menor, a superfície retrai
e a fissura ocorre, ortogonal à direção do vento. Essas recomendações são (
ACI,
1996
):
- empregar barreiras contra sol e vento;
- os agregados devem ser resfriados com água, antes da carga do caminhão;
- proteger o concreto com filmes (cura química), ou empregar nebulização com água, dificultando
a evaporação da água.
Alguns fatores não listados, mas que também pode influir são a temperatura do cimento - que pro-
moverá a maior evaporação do concreto - ou o próprio tempo de pega, pois aparentemente quanto
mais tempo disponível para a perda de água por exsudação, maior a probabilidade da ocorrência
de fissuras.
Os outros tipos de fissuras geradas pela retração inicial apresentam comportamento aleatório, não
seguindo, por exemplo, o padrão regular das fissuras de retração hidráulica clássica
3
, apresentando
fissuras bastante irregulares, ramificadas e nem sempre com suas extremidades em uma junta. No
início são de pequena abertura - inferior a 0,4 mm - e não atingem toda espessura da placa, mas
que com o passar do tempo podem evoluir para formas mais críticas.
3
- As fissuras de retração clássica são praticamente paralelas às juntas além de outras feições típica, como o de dividir a placa ao
meio, transpassarem toda a espessura e terem comportamento similar às das juntas.
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