A
população da capital goiana acaba de ganhar um grande
centro de compras, lazer e entretenimento. Foi inaugurada no início
de novembro a Estação Goiânia Feiras e Eventos,
que fica no centro da cidade, ao lado do Terminal Rodoviário
– Araguaia Shopping e em frente a Praça do Trabalhador.
Construído
em um terreno de 62.846,74 m², o pavilhão ocupa cerca
de 39.000 m², colocando-se como um dos maiores locais cobertos
para feiras e eventos do país. A construção
desse empreendimento representa um investimento de cerca de R$ 100
milhões. A expectativa dos empreendedores é que a
Estação Goiânia gere cerca de 8.000 empregos
diretos e aproximadamente 30.000 indiretos.
O
espaço está dividido em subsolo (1.858,49 m²),
destinado a depósito e áreas de infra-estrutura; piso
térreo (35.888 m²), onde está situado o grande
pavilhão coberto, com vãos livres na modulação
de 24 x 32 m, fechados lateralmente por paredes de 15 m de altura,
além de salas de locação para eventos e centro
de convenções; e mezanino (2.121,45 m²), onde
também existem salas para locação e setores
de infra-estrutura.
A
Estação Goiânia terá uso misto: durante
a semana, será ocupada por grandes eventos, como shows, exposições
e feiras; aos finais de semana, funcionará a Feira da Estação,
com 3.624 bancas móveis.
As
obras foram iniciadas em outubro de 2005, sob a responsabilidade
da MB Engenharia, fundada em 1986, e que hoje é uma das maiores
construtoras da região Centro-Oeste. De acordo com o gerente
técnico da empresa, eng. Victor Lima de Almeida, "as
tecnologias construtivas empregadas no empreendimento tiveram como
objetivo otimizar custos, prazos executivos e atender as características
particulares do empreendimento".
As
fundações foram executadas pela empresa Sete Engenharia.
A técnica utilizada foi a de estaca escavada com hélice
contínua. Neste processo utilizou-se concreto com especificação
de fck 20MPa com alto slump para as estacas,
a fim de facilitar a colocação das armações
das 948 estacas de 15 m de profundidade em média e 161 blocos
(27 m³ em média), moldados no local com concreto de
25MPa. Somente nas fundações, foram utilizados cerca
de 3.500 m³ de concreto dosado em central e 200 mil quilos
de aço, o que equivale a três prédios de 12
andares.
A
estrutura principal contou com 85 pilares pré-moldados em
concreto, com especificação de fck
35MPa, tendo cerca de 18m de comprimento, em média. Essas
peças foram transportadas para a obra, içadas, encaixadas,
niveladas e grouteadas nos nichos dos blocos das fundações.
Outros 76 pilares, destinados a estruturar o fechamento do edifício,
foram pré-moldados no próprio canteiro com concreto
dosado em central com especificação de fck 35MPa.
O
pavimento da Estação Goiânia alcança
32.000 m², e foi projetado levando em consideração
as necessidades de uso do empreendimento, tendo como destaque uma
paginação arquitetônica do piso bastante trabalhada,
com muitos ângulos.
Por
conta dessas especificidades, foram estudadas todas as possibilidades
para execução do pavimento em concreto. "No
final, existia uma tendência de se usar fibra metálica,
principalmente pela maior rapidez de execução, uma
vez que tínhamos a necessidade de executar mais de 1.000m²
por dia. Porém, devido às características do
piso, os projetistas verificaram que a melhor solução
seria o emprego da armação com telas soldadas, o que
acabamos fazendo", explica o eng. Victor.
Segundo
o eng. Wagner Gasparetto, diretor da LPE Engenharia e Consultoria,
empresa responsável pelo projeto do pavimento, vários
fatores contribuíram para a definição pelo
pavimento em concreto armado com telas soldadas. "As telas
soldadas implicaram em um índice de juntas 30% menor em comparação
com a fibra, o que resultou em economia neste item. Além
disso, por conta da paginação definida para o piso,
com placas não retangulares, seria necessária a utilização
de reforços em telas soldadas, para evitar fissuração
do pavimento. Isso significa que, em caso de opção
pela fibra metálica, haveria uma duplicidade de tecnologias
na obra". Por fim, houve a avaliação conjunta
entre projetista e construtora de que não haveria custos
adicionais com o emprego das armações em telas soldadas
em todo o pavimento, o que levou os construtores a optar por essa
solução.
Nas obras da Estação Goiânia, as telas soldadas
também foram utilizadas no capeamento de 10.000 m² de
laje e em 5.000 m² de estacionamento e depósito. No
total, foram utilizados na obra mais de 3.000 painéis de
telas soldadas, dos tipos Q196 e Q92. De acordo com os construtores,
o volume total de concreto (6.583 m³) e de aço (396
t) usados na fundação e pilares desta obra seriam
suficientes para se executar a estrutura de dois prédios
de 12 andares.
A construção da Estação Goiânia
foi iniciada em janeiro de 2006 e concluída em outubro passado.
Já existe um projeto de expansão do empreendimento
para ser iniciado ainda em 2007.
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