Especializada
na execução de obras para as indústrias
farmacêutica e química – especialmente no
que diz respeito a tecnologia das Salas Limpas Industriais, a
Patri Engenharia Construtiva está tendo a oportunidade
de colocar em prática toda sua experiência na execução
da nova fábrica da Libbs Farmacêutica.
Localizada
em um terreno de 82.000m2 no município de Embu
das Artes (SP), às margens da rod. Régis Bittencourt,
a nova unidade fabril compreende pouco mais de 23.0000m2 de área
construída.
Nessa área estão distribuídos sete edifícios
de produção (deposito de matéria-prima e produtos
acabados, controle de qualidade, líquidos e semi-sólidos,
hormônios, sólidos, central de embalagens centro de
desenvolvimento de produtos), um edifício de refeitório
e estacionamento, além de edifícios de apoio, como
central de lixo, manutenção, utilidades, caldeira,
portaria e estação de tratamento de água
e esgoto.
Todos
os prédios estão sendo executados em estrutura
pré-fabricada de concreto armado. Nas áreas produtivas
o fechamento das paredes é feito com painéis térmicos
isolantes. Já nas áreas de refeitório, portaria
e central de utilidades estão sendo utilizados blocos de concreto
estrutural.
Uma das primeiras dificuldades enfrentadas pela construtora
foi a qualidade do solo do terreno, muito expansivo. Segundo
o gerente
técnico da Patri, eng. João Carlos Rossi Neto, por
conta disso, foi necessário realizar um reforço de
subleito com agulhamento de pedra 3 diretamente aplicado com rolo
compressor no solo. No deposito de matéria-prima e produto
acabado, aonde havia uma necessidade de subleito estável,
foi realizado reforço de subleito com solo brita e uma camada
de 15 cm de espessura de BGTC (brita graduada tratada com cimento).
Sobre a sub base foi colocada lona plástica, com a finalidade
de reduzir o seu atrito com a placa de concreto, além de evitar
a perda de água do concreto.
Tendo
em vista as características de uso dessas edificações,
toda a área de pisos - que compreende mais de 10.900 m2 -
foi executada no conceito de pavimento industrial, divididos em dois
tipos: um piso especial para o prédio de matérias-primas
e outro para as demais áreas.
O
piso industrial utilizado na maioria dos prédios – que
compreenderão as áreas executadas no sistema de Salas
Limpas - apresenta espessura de 10 cm, executado com concreto dosado
em central com especificação de fck de 25 Mpa, com
armadura simples de tela soldada (armadura superior), tendo treliças
como espaçadores, dadas as exigências de planicidade
e nivelamento (ff e fl 30). O acabamento foi realizado com desempenadeira
mecânica dupla, com posterior aplicação de uma
resina epóxi com pó de quartzo.
Já o piso do depósito de matéria-prima compreende
uma área de 3.200 m2 e apresenta características especiais.
Esse depósito será automatizado, com estanterias de
até 14 m de altura, o que implica na utilização
de empilhadeiras trilaterais com leitura ótica. Por conta
disso, a exigência quanto aos níveis de planicidade
e nivelamento foi muito grande, como explica o eng. João Carlos: "se
o objetivo é trabalhar com a precisão da leitura ótica
e o piso foi desempenado de uma forma que permitiu a existência
pequenas elevações, isso a 14 m pode dar pelo menos
uns 10 cm de desnível, então o leitor ótico
da empilhadeira não vai conseguir pegar o produto correto
na estante".
Esse
piso industrial foi calculado para suportar uma sobrecarga de
até 6 tf/m2. O fator de planicidade e nivelamento mínimo
exigido foi de 50, mas os construtores conseguiram superar essas
marcas em algumas faixas, alcançando até planicidade
de 100 e nivelamento de 70 a 80.
Para
alcançar esses resultados, o piso apresentou espessura
de 15 cm, executado com concreto dosado em central com especificação
de fck de 30 Mpa, e armadura dupla de telas soldadas. "As telas
foram utilizadas em armadura inferior, afastada 2,5 cm da sub base.
Acima delas temos os espaçadores soldados, e sobre eles é aplicada
a segunda camada de tela", explica o gerente técnico
da Patri.
Para
garantir os níveis exigidos de planicidade e evitar fissuras
e trincas, os panos de laje, que teriam 10 m de largura, foram divididos
em duas peças de 5 m. O acabamento do piso foi executado com
desempenadeira mecânica dupla, aplicando-se depois um endurecedor
de superfície. Todas a área de piso industrial desse
depósito, incluindo o acabamento, foi realizada em apenas
duas semanas, com concretagens diárias.
Segundo
o eng. João Carlos Rossi Neto, a grande vantagem de
se utilizar as telas soldadas é o tempo de execução. "A
tela já vem pronta, só cortamos na medida exata, transportamos
e encaixamos, enquanto com vergalhão comum, nós temos
que cortar as peças, amarrar uma a uma, e ainda garantir que
não haverá rompimento. Eventualmente, nós temos
que caminhar em cima da tela antes que o piso seja concretado. Quando
você monta o vergalhão amarrado com arame recosido,
o risco de a armadura abrir e ficar fora de posição
ou com a malha mais aberta é grande. Já com as telas
soldadas esse problema não acontece".
As
telas soldadas também estão sendo utilizadas nas áreas
de corredores de circulação, de refeitórios,
nos edifícios de controle de qualidade e depósito de
matéria-prima, onde existem mais dois pavimentos executados
com lajes pré-moldadas alveolares, com capeamento de concreto
armado com telas soldadas.
Nesse caso, o emprego do concreto armado com
as telas tem o objetivo de unir as peças, solidificando as lajes, propiciando que
o pavimento se torne monolítico, com alto índice
de planicidade e nivelamento.
A
obra da nova unidade fabril da Libbs Farmacêutica está sendo
executada em etapas. A primeira fase foi iniciada em abril de 2003
e a expectativa dos construtores e que a construção
esteja totalmente concluída no início de 2006.
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