A partir de 2005 os turistas e amantes do samba não precisam mais voltar suas atenções para o Rio de Janeiro apenas no período do Carnaval. É que a Prefeitura do Rio está construindo a Cidade do Samba, complexo de 93 mil m2 que concentrará as atividades de preparação do carnaval carioca, além de abrigar diversos desfiles, shows e eventos ao longo do ano.

O empreendimento está sendo executado no bairro da Gamboa e faz parte do conjunto de obras do Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária. O projeto da Cidade do Samba é dos arquitetos João Uchoa e Victor Wanderley, idealizado para a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), e prevê a centralização das principais atividades do carnaval em um único local, incluindo desde a montagem e operação de carros alegóricos até a confecção de adereços, fantasias e outros produtos, criando assim, um novo fluxo turístico permanente na cidade.

A Cidade do Samba é composta de 14 galpões, que vão abrigar os barracões das escolas de samba do Grupo Especial, além de duas lonas, uma para espetáculos e outra para exposições, edifício garagem e prédio administrativo. As obras estão sendo executadas pelas empresas Oriente Construção Civil e Delta Construções e o gerenciamento dos serviços está a cargo da RIOURBE, Empresa da Secretaria Municipal de Obras.

Os barracões ocupam cerca de 7 mil m2 e todo o fechamento externo está sendo executado em painéis alveolares pré-fabricados de concreto, com especificação de fck de 30 MPa, armado com telas soldadas. De acordo com o eng. Eduardo Orsini, responsável pela obra, a opção por um sistema construtivo industrializado, baseado na pré-fabricação, se deve aos prazos exíguos para a conclusão da obra.

" Se tivéssemos que fazer toda a parte externa em alvenaria, teríamos que trabalhar com cerca de 500 pedreiros e 500 serventes, fora o material necessário. Já com as placas pré-fabricadas, é necessária apenas a equipe de montagem, envolvendo no máximo 40 profissionais. Isso significa rapidez e redução de custos", explica o engenheiro.

Cada galpão será dividido em quatro pavimentos, totalizando 19,15 m de altura, tendo lajes em concreto armado com telas soldadas, executadas no sistema steel deck. No pavimento térreo existe um espaço com 12 m de pé direito, destinado a montagem completa dos carros alegóricos, o que era impossível de ser feito nas sedes das escolas de samba. Segundo cálculo dos construtores em cada barracão será possível montar até 12 carros alegóricos. Neste mesmo pavilhão ficam as salas de elétrica, vidraçaria e toda a parte de apoio.

O segundo pavimento abrigará vestiários, despensas, material de limpeza, depósitos e copa. Os escritórios administrativos e almoxarifados ocuparão o terceiro pavimento e no último andar estarão concentradas as áreas de pintura e resinagem, reciclagem de carnaval e costura.

Na avaliação dos construtores a utilização das telas soldadas se justificou nessa obra principalmente pela velocidade, que é o principal obstáculo. Além disso, as telas propiciam redução de mão-de-obra e ganhos acentuados em termos de qualidade e uniformidade.

Para se ter uma idéia do porte da obra, apenas na parte de pisos, devem ser consumidos na Cidade do Samba aproximadamente 13 mil m3 de concreto, com especificação de fck de 28 MPa.

De acordo com o secretário de Turismo do Rio, Rubem Medina, "a Cidade do Samba será uma gigantesca fábrica de sonhos de Carnaval. E, é claro, será o novo ícone turístico do Rio". Segundo dados da Secretaria o projeto está orçado em 25 milhões de dólares, financiados pela prefeitura.

Para o eng. Orsini, as características diferenciadas tornam essa obra um destaque nacional. "Em termos de volume de obra e velocidade a Cidade do Samba deve ser uma das mais importantes obras que estão sendo executadas no país".
A construção da Cidade do Samba foi iniciada em outubro de 2003 e deve estar concluída no início de 2005.