Tela Soldada em edifício de alto nível no litoral paulista


A região da Baixada Santista terá em meados de 2004 mais um edifício de altíssimo nível. Trata-se do Edifício Provence, da Construtora Phoenix, situado no bairro de Vila Rica, em Santos.
O empreendimento prevê 19 pavimentos tipo mais cobertura, além de mezanino, térreo e sub-solo. De acordo com o projeto, cada andar abrigará um apartamento com 4 dormitórios e demais dependências. Em virtude de cada apartamento ter direito ao mínimo de 3 vagas de estacionamento, as áreas de garagem estão sendo distribuídas por três andares.

Nas fundações foram utilizadas estacas escavadas, com 46m de profundidade. A estrutura do prédio conta com vigas, pilares e lajes em concreto armado, com as paredes de fechamento em alvenaria com blocos cerâmicos. O concreto utilizado tem especificação de fck de 30 MPa.

As lajes dos pavimentos alcançam vãos livres de até 5,5m e apresentam espessura de 15cm. De acordo com o projetista, eng. José Ricardo Fernandes Ferrari, o projeto do empreendimento possui estrutura esbelta tendo lajes em grandes dimensões (vãos livres de até 5,5m e lajes com espessura de 15cm), focando o dimensionamento principalmente no item deformações (tanto imediata como deformação lenta).

A opção dos construtores por executá-las em concreto armado com telas soldadas deve-se, em parte, pelas dimensões reduzidas do terreno e conseqüente falta de espaço para canteiro de obras. "As telas já chegam prontas à obra, nas dimensões corretas, bastando posicioná-las e lançar o concreto", explica o eng. Manuel Tavares da Silva Filho, diretor técnico da Emar Construções, contratada pela Phoenix para a execução da obra.

Além disso, não são geradas sobras de aço, pois a quantidade fornecida é a que efetivamente será aplicada. A conferência por parte do engenheiro da obra fica também facilitada, com diminuição no tempo de montagem, facilitando assim a adequação ao cronograma da obra. Os construtores conseguem ainda perda zero no item aço, visto que o projeto foi todo pensado para telas soldadas.

Na avaliação do eng. Ferrari, com o uso de telas soldadas fica garantida uma melhor aderência concreto/aço através de todas as juntas soldadas (cruzamento dos fios nas duas direções), obtendo-se assim, o controle da fissuração e conseqüente redução das deformações na estrutura. Outro benefício oferecido pelas telas soldadas é que, como são soldadas, evita-se a ocorrência de deformação da armadura negativa da laje. "Este é um dos grandes problemas durante a concretagem: manter a armação negativa na posição correta. Com a tela soldada, e o correto uso de treliças como espaçadores, consegue-se a precisão do posicionamento da armadura negativa", afirma Manuel Tavares.

De acordo com os construtores, o uso de telas soldadas nas lajes também apresentou vantagens em termos de racionalização de mão-de-obra, e agilização no transporte das telas e no posicionamento nas lajes antes da concretagem.

Um detalhe importante do empreendimento é que pilares e lajes são concretados de uma única vez, produzindo uma peça monolítica, sem junta de concretagem. Cada pavimento é totalmente concretado em oito dias corridos. "Esse processo construtivo traz ótimos resultados, mas exige um planejamento e uma atenção especial durante todo o processo, que se inicia no projeto estrutural e vai até a execução da obra", alerta o diretor técnico da Emar.

As obras do Edifício Provence consumirão um total de 2.700m3 de concreto e 45t de telas soldadas. A construção foi iniciada no final de 2002 e a previsão é de que o edifício seja entregue em julho de 2004.

 

 
 
     
 
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