Tela soldada
presente na primeira obra do gênero no país
A
engenharia brasileira dá mais uma demonstração
de que está em constante evolução. Está
em fase adiantada de construção o Centro de Distribuição
de empresa Serbom, às margens da Rodovia Anhanguera, em São
Paulo.
A primeira etapa das obras já está concluída
com a construção de um galpão de 52.000m2 de
piso interno, e atualmente está sendo executada uma ampliação
com 30.000m2, a serem executados em duas etapas de 15.000m2.
O principal diferencial deste empreendimento é que pela primeira
vez no Brasil o pavimento industrial foi executado em concreto estruturalmente
armado no sistema "jointless", com placas no piso interno
de 25x20m e placas externas de até 25x32m de dimensão.
A área total de piso industrial e docas (interno e externo)
chega a aproximadamente 100.000m2.
A
execução do pavimento nas duas etapas da obra é
de responsabilidade da empresa EP - Engenharia de Pisos, tendo o
projeto a cargo da LPE Engenharia e Consultoria, que também
realizou acompanhamento técnico e controle dos índices
de planicidade e nivelamento, durante todo o processo.
De
acordo com Heleno Maspoli Verucci, da Serbom, é importante
a participação de empresa de projeto e acompanhamento
técnico, dando o suporte técnico para a obtenção
da qualidade desejada em todo processo, visto a grande quantidade
de variáveis e as diversas oportunidades de melhoria do sistema.
O
eng. Wagner Gasparetto, diretor comercial e de marketing da LPE
Engenharia afirma que a opção pelo "jointless"
nessa obra de deve a necessidade de redução significativa
do número de juntas, em virtude do sistema operacional que
estará atuando no local, baseado em estanterias do tipo push-back,
com cargas bastante elevadas, tráfego de empilhadeiras de
rodas rígidas e, na área externa, o tráfego
de carretas.
"Há
necessidade, por exemplo, de espessuras mínimas do piso para
utilização desse sistema "jointless". Quando
as cargas são muito baixas, a solução pode
não ser muito interessante em temos de custos. Além
disso, nem todas as empresas têm a visão de que o passivo
que fica para o cliente, após a execução é
a manutenção preventiva futura das juntas, os selantes
das juntas, etc.", explica.
No
caso da Serbom, o pavimento é constituído de sub-base
de brita graduada, placa com espessura de 15cm de concreto com especificação
de fck de 30m MPa, e a armadura dupla (positiva e negativa) com
telas soldadas. O acabamento do piso é desempenado liso.
Na área de carga e descarga, na proximidade das docas, foi
utilizado aspargimento de agregado mineral na superfície
do piso, na razão de 4 Kg/m2, para contribuir um pouco mais
com a resistência à abrasão.
Na
primeira etapa da obra, para se chegar à definição
de qual solução técnica deveria ser utilizada
no pavimento de concreto, houve um comparativo entre talas soldadas
e fibras metálicas. A opção pelas telas se
deu primordialmente pela economia que o sistema oferece, em termos
de redução de custos, e conformidade do processo.
Já na construção da segunda etapa, o comparativo
avaliou três soluções técnicas: telas
soldadas, fibras metálicas e concreto protendido. Os bons
resultados obtidos na primeira etapa das obras e o fato de ser economicamente
mais eficiente foram preponderantes para a escolha das telas soldadas
também na segunda fase.
"A
armadura dupla com telas soldadas é uma condição
interessante para o bom desempenho do "jointless", pois
elas são dimensionadas para combater os esforços relacionados
com os carregamentos e com a retração específica
de uma placa com essas dimensões, como é o caso da
Serbom", analisa o diretor da LPE. Nas duas etapas estão
sendo utilizadas 1.000t de telas soldadas.
Outra
recomendação importante dos projetistas é que,
em caso de opção pelo sistema "jointless",
a execução do pavimento seja feita com equipamento
do tipo "Laser Screed". "Nós entendemos que
há uma dificuldade executiva quando temos a execução
através de réguas vibratórias. Na ampliação
do Centro de Distribuição da Serbom, chegamos a avaliar
a possibilidade de utilização das réguas vibratórias,
mas elas impõem ao processo executivo riscos adicionais",
comenta Wagner Gasparetto.
O
engenheiro também avalia que a obra da Serbom, por ser a
primeira do gênero e pelos bons resultados obtidos, naturalmente
se transformará em uma referência. "Não
julgo que seja uma tendência natural, mas vem crescendo o
número de clientes analisando essa possibilidade de solução
técnica. O importante é adequar a solução
aos casos em que ele realmente traz benefícios diretos e
competitividade".
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