Iniciativa
comprova versatilidade das telas soldadas
Lidar
com o apertado cronograma de construção é uma
realidade para a maior parte dos engenheiros responsáveis
por obras. E a solução para agilizar o processo construtivo
está no uso de novas tecnologias.
É
o que aconteceu na construção do condomínio
Chácara Santa Cruz, no bairro de Vila Gumercindo, na zona
sul da cidade de São Paulo, que está sendo executado
pela Rossi Incorporação e Construção.
O
empreendimento ocupa terreno com área aproximada de 7.600
m² e é formado por dois edifícios com apartamentos
de três dormitórios e um edifício com apartamentos
de quatro dormitórios. Os três prédios possuem
25 pavimentos tipo, mais duplex e três subsolos para garagens,
compreendendo uma área total construída de cerca
de 54 mil m² .
O
condomínio apresenta térreo comum entre as três
torres, com vários ambientes para convivência social,
como salões de festas, churrasqueira, forno de pizza, espelhos
d´água, piscinas, quadra de esportes, fitness, sauna,
praças, pista de caminhada e sala de cinema.
Segundo
os engenheiros da obra, Rafael de Andrade Marques e Ângelo
Labbadia Junior, a estrutura dos prédios apresenta pilares
e vigas pré-moldados em concreto armado, com alvenaria de
vedação em blocos de concreto. “A definição
pelas pré-vigas se deu porque quisemos evitar problemas
de alinhamento nas vigas, além do tempo perdido no processo
de desforma, bem como a necessidade de substituição
de algumas fôrmas durante esse processo”, explica o
eng. Marques. As pré-vigas foram projetadas pelo escritório
Pedreira de Freitas e na parte de pilares e lajes o projeto é do
escritório Veletri Associados.
O
projeto original para as lajes previa a utilização
de vergalhão na armação. Tendo em vista o
apertado cronograma de obras, depois da construção
das duas primeiras torres surgiu a proposta de substituição
do vergalhão por telas soldadas na execução
das lajes do último prédio.
Para
convencer os empreendedores, foi feito um minucioso estudo comparativo
entre as duas técnicas para armação. “Conseguimos
observar que com o vergalhão gasta-se muito mais funcionários
para armar a laje e não dá pra garantir a uniformidade
da armação. Além disso, a tela soldada propiciou
uma redução no peso total da laje, o que agiliza
o processo construtivo. Uma laje que necessitava 12 armadores,
hoje é armada com no máximo 8, sendo
que os trabalhadores excedentes puderam ser deslocados
para
outras atividades, potencializando o trabalho”,
comenta Labbadia.
As
telas soldadas estão sendo utilizadas nas armaduras positivas
e negativas das lajes. O transporte é feito por gruas. No
caso dessa obra a grua é do tipo ascensional, localizada
no poço do elevador social. Isso permite que a grua suba
ao mesmo tempo em que os pavimentos da torre.
“
Só para se ter uma idéia do que representou essa
mudança no processo de armação, nos dois primeiros
edifícios uma laje era concretada em 6 ou 7 dias. Agora
o mesmo trabalho é executado em apenas 5 dias. No final
do processo isso vai resultar em uma economia de mais de 30 dias,
o que para nós é de grande importância”,
avalia o eng. Rafael Marques.
Graças às boas condições do solo da
região, as fundações para as três torres
foram executadas na maior parte com estacas tipo hélice
contínua, atingindo 25 m de profundidade.
O
concreto utilizado em toda a obra apresenta especificação
de fck igual a 35 MPa, brita 1 e 2 e slump 9 ± 1 cm, com
acréscimo de aditivo plastificante.
Outro
detalhe interessante deste empreendimento é que os
construtores procuram trabalhar permanentemente
com o apoio de serviços de meteorologia, a fim de evitar
tempo perdido por conta das condições climáticas.
Segundo os engenheiros graças a esse planejamento, foi
possível
administrar as atividades no canteiro de obras
nos dias de chuva.
A
obra foi iniciada em março de 2004,
com previsão
de término para dezembro de 2005.
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