Sistema acelera
construção de mais de 1.400 unidades para o CDHU
A
idéia preconceituosa (e infundada) de que construção
popular é sinônimo de simplicidade e pouca tecnologia
pode ser totalmente desfeita por quem tiver contato com as obras
do Conjunto Habitacional Iguatemi, no bairro de Guaianazes, na zona
leste da cidade de São Paulo.
A
Spenco Engenharia e Construções ganhou a concorrência
do CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do
Estado de São Paulo, para construir três das quatro
áreas do Conjunto, o que representa 1.460 unidades, ou 73
blocos de cinco pavimentos, com 20m apartamentos. Além dos
blocos de apartamentos, também fazem parte do conjunto Habitacional
os CACs (centros de apoio comunitários), em formato de galpão,
12 reservatórios elevados (com capacidade média para
150 mil litros de água) e alguns playgrounds.
Partindo
da tipologia do CDHU, os técnicos da Spenco fizeram um planejamento
e decidiram pela construção industrializada, o que
diferencia este trabalho de outras construções semelhantes.
Segundo o eng. Responsável pela obra, Luiz Antonio Pavanelli,
como a empresa está acostumada a trabalhar com obras de grande
porte, tem como característica industrializar todo o processo
de construção, o que proporciona agilidade e, consequentemente,
ganho em escala.
As
diferenças começaram logo na fundação,
onde, além de estaca escavada (profundidade média
de 14 m), a empresa desenvolveu uma técnica para que os baldrames
fossem pré-fabricados, propiciando uma agilidade grande na
construção. Após o baldrame, há uma
laje piso moldada in loco, com aplicação de tela soldadas
nas chamadas áreas úmidas (banheiro, cozinha e área
de serviço). As paredes são de alvenaria estrutural,
com blocos cerâmicos de 4,5 MPa.
As
lajes são todas pré-moldadas no próprio canteiro
de obras, com armação de telas soldadas. Para fechar
a área de cada apartamento são utilizados quatro jogos
de lajes. "Em virtude do porte da obras, optamos pela tela
soldada nas lajes justamente porque ela nos propicia excelentes
ganhos de produtividade", explica o engenheiro.
Na
avaliação de Pavanelli, inserida nesse processo de
industrialização, a tela soldada permite uma redução
no prazo de execução da armação em pelo
menos 1/3 da quantidade de horas, em comparação com
vergalhões. "No processo convencional você tem
o corte, depois a dobra, a colocação na fôrma
e os acertos. Como a tela já é fornecida em painel,
é só posicioná-la conforme o projeto e lançar
o concreto. Além da economia no tempo, também existe
a racionalização da mão-de-obra", justifica.
O
processo de construção industrializada executado pela
Spenco prevê, inclusive, que o telhado tenha estrutura metálica
(e não de madeira), o que facilita e agiliza a montagem e
ajuda a preservar o meio ambiente.
O
eng. Luiz Pavanelli é um dos que discordam da visão
preconceituosa de que construções populares são
menos significativas que as de alto padrão. "Qualquer
tipo de construção exige qualidade. A única
diferença é que, agora, com o sistema industrializado
e racionalizado, utilizando o que existe de mais moderno em termos
de tecnologia, o retorno certamente é maior", explica.
Externamente,
os prédios terão fachada revestida com quartzo e internamente
com gesso na sala e dormitórios. No total, serão utilizadas
nos três conjuntos habitacionais mais de 700t de telas soldadas.
A
Spenco Engenharia e Construções foi fundada em maio
de 1974 e atua nas áreas de edificações, obras
de saneamento e drenagem, infra-estrutura e restauração.
A empresa é detentora do certificado ISSO 9002. Especializada
em obras públicas, a empresa responde atualmente pela execução
de cerca de 10.000 unidades de habitação popular na
área de Grande São Paulo.
|