Shopping Taboão: racionalizando a construção

Construtora estende uso de Telas Soldadas

Um grande shopping center será inaugurado nos próximos meses na cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Trata-se do Shopping Taboão, que ocupará mais de 55.000 m2 de área construída, em um terreno de 201.000 m2 , às margens da rodovia Régis Bittencourt.

Visualmente, a estrutura do Shopping se assemelha às asas de um avião. A fachada terá pintura texturizada colorida em grafiato, vidro e frisos de alumínio. Composto basicamente por um andar térreo - apenas a parte central terá um segundo pavimento - abrigará 180 lojas, quatro lojas-âncora e cinco salas de cinema, com ampla área de estacionamento para mais de 2.000 veículos.

As obras de construção civil do empreendimento foram realizadas pela Terramoto Construções, entre abril de 2001 e maio passado, com gerenciamento da BRR Gerenciamento e Planejamento. O arrojado projeto arquitetônico do Shopping foi criado pelo escritório Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetos.

Além da questão estética, uma das grandes preocupações dos arquitetos que desenharam o Shopping Taboão foi oferecer alternativas para a redução de gastos com energia elétrica. Por conta disso, toda a parte de mall (área de convívio) do Shopping foi projetada para iluminação natural, preservando o isolamento térmico. Além disso, o empreendimento terá um sistema de co-geração de energia a gás encanado, com a existência de uma mini termoelétrica que produzirá energia para o Shopping.

Em virtude das boas condições do solo, foram realizados apenas dois tipos de fundação: direta, na maior parte da construção, e estaca em hélice contínua, na área com dois pavimentos e onde haverá maior sobrecarga. A parte estrutural foi executada com pilares e vigas em concreto normal (fck 30 MPa) moldados in loco, com fôrma metálica.

Arquitetura exige lajes pré-moldadas em placas pequenas

Uma das principais dificuldades dos construtores se deu em virtude das características arquitetônicas da obra. Ela foi toda setorizada, dividida em 21 blocos , cada qual com sua particularidade, suas medidas e seu conjunto de vigas e pilares, sem qualquer padronização. Segundo o eng. Marcelo Botti Monteiro, responsável pela obra, por conta disso a melhor solução foi a utilização de lajes pré-moldadas. "A princípio, pensamos em usar painéis largos, que seriam erguidos com guindastes, porque o vão livre das lajes varia de 8 a 10m. Mas, devido à extensão do Shopping, há uma grande dificuldade de acesso e locais para encostar os equipamentos".

Para resolver este problema, a Construtora se reuniu com a Protenco Projetos e Construções (responsável pelo projeto estrutural) e com a M3/SP Engenharia (que executou as lajes). A solução encontrada foi a utilização de lajes pré-moldadas treliçadas com painéis de 12cm de largura, possibilitando simplesmente "andar com os painéis" em cima da laje, sem a necessidade de guindastes. "Nós chegamos a estar finalizando a obra e, ao mesmo tempo, ainda executar lajes, graças à facilidade de mobilidade e de acesso", analisa o engenheiro.
As lajes armadas com telas soldadas possuem espessura variando de 16cm a 25cm, dependendo do vão livre e da sobrecarga a que serão submetidas (entre 200 e 800 kgf/cm2).

Uso variado de telas soldadas

Visando agilizar a construção e reduzir custos, a Terramoto e a M3/SP fecharam um interessante acordo que possibilitou que as lajes fossem fabricadas no próprio canteiro de obras. Na avaliação do eng. Marcelo Monteiro, essa iniciativa, viável em obras de grande porte, "diminuiu os custos, facilitou o trabalho da M3/SP, que também teve seus custos muito reduzidos, possibilitou um acompanhamento tecnológico e controle permanente e, mais do que isso, a solução imediata de problemas que normalmente ocorrem nesse tipo de construção".

Buscando racionalizar a construção, a Terramoto estendeu a utilização das telas soldadas a várias etapas da obra, como nas alvenarias internas do Shopping. "O contrapiso foi executado com concreto reforçado com faixas de telas soldadas, tornando desnecessária a execução de vigas baldrame. Essa iniciativa trouxe bons resultados em termos de economia e de rapidez no desenvolvimento da construção, com consequente racionalização da mão-de-obra, porque não precisamos fazer escavação, colocar fôrmas, ferragens e concretar o baldrame", afirma o eng. Monteiro.

O Shopping também construiu um viaduto na Rodovia Régis Bittencourt para facilitar o acesso dos motoristas que estiverem trafegando no sentido São Paulo-Curitiba, beneficiando a população do entorno da obra. Toda a parte estrutural do viaduto foi pré-moldada em concreto no próprio canteiro de obra. Nesse caso também houve utilização de telas soldadas na concretagem dos tabuleiros do viaduto.

As telas soldadas foram utilizadas ainda nas lajes de um piscinão, constuído para evitar enchentes na área do Shopping, em todas as calçadas ao redor do empreendimento e até nos muros de arrimo de concreto na área das docas. No total, a obra consumiu cerca de 80t de telas soldadas. .

 

 
 
     
 
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