Vencer
as más condições do solo foi um dos principais
desafios enfrentados pela ECL Engenharia durante a construção
do armazém graneleiro para a empresa Teaçu Armazéns
Gerais, do grupo Nova América, no porto de Santos (SP).
O projeto básico da obra ficou a cargo da LPC-Latina
Projetos Civis, e o projeto executivo foi de responsabilidade
da Larenge - Lauro Rios Engenharia.
A área construída atinge 11.000 m²,
compreendendo todas as instalações de recebimento e estocagem de
produtos de origem vegetal (preferencialmente açúcar).
O galpão tem 42,8 m de largura, por 226,8 m de comprimento.
A capacidade de armazanagem chega a 120.000 t, sendo que a pilha
de granel pode atingir uma altura de 21 m acima do piso, exercendo
sobre o piso uma pressão de até 19,0 t/m².
“
A característica do subsolo, altamente adensável,
por conta de uma camada de argila marinha mole com 30 m de espessura,
impôs a solução de fundação estaqueada
para o piso. A adoção de fundação direta
acarretaria em recalques exagerados, incompatíveis com os
equipamentos previstos para a operação do armazém”,
explica o eng. Enrique Marchetti Rios, engenheiro projetista.
Por
conta dessas características do solo, a laje de piso,
que no total atinge 56 cm de espessura, foi projetada para ser
executada em etapas. Numa fase inicial, até o nível
situado 10 cm abaixo da cota do piso acabado, foram utilizados
três sistemas executivos distintos, dependendo da área:
1
- Sobre as duas galerias subterrâneas longitudinais, foi
lançada uma pré-laje em concreto
pré-fabricado, visando a eliminação de escoramento;
2
- Na faixa central, entre as duas galerias, uma laje de concreto
moldada in loco;
3
- As faixas laterais, entre as galerias e as paredes laterais,
foram executadas com vigas "T" pré-moldadas e
justapostas.
Esta primeira fase, executada gradativamente no transcorrer
da obra, compõe um tabuleiro plano pronto para receber a capa
final de 10 cm, cuja função é solidarizar
o conjunto.
“
Na capa final, onde é importante a velocidade de execução,
a continuidade da armadura frente às solicitações
decorrentes da retração, efeitos térmicos
e equilíbrio dos empuxos horizontais da pilha de granel,
sobressaem as vantagens da armação com telas soldadas,
tais como facilidade de montagem e redução de perdas
nas emendas por traspasse”, avalia o eng. José Carlos
Pitela, diretor da ECL.
Segundo
os construtores, a opção pelas telas soldadas
nas armações foi fundamental para o sucesso da construção,
pela velocidade de execução que oferecem e por possibilitar
a utilização perfeita de equipamentos de espalhamento
e adensamento com régua vibratória. O acabamento
do piso será rústico.
A
estrutura do armazém prevê ainda paredes laterais
em elementos pré-fabricados de concreto
armado, que possibilitam a estocagem de uma pilha
de produtos com 8,5 m na lateral, podendo
atingir 21 m no centro.
Os
concretos utilizados na estrutura do armazém apresentam
especificação de fck variando entre 35 MPa (elementos
pré-moldados) e 30 MPa (demais peças) da obra. No
total, o consumo de concreto atingiu 8.000 m³.
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