É perceptível
no segmento da construção civil o crescimento,
nos últimos anos, da opção pelas estacas
hélice contínua nas fundações de
empreendimentos residenciais e comerciais. Essa preferência
se deve, em grande parte, pelo fato de essa técnica
ter acompanhado a evolução tecnológica,
oferecendo grandes vantagens para os construtores, principalmente
nas grandes cidades.
Exemplo
dessa tendência é o condomínio Páteo
Pompéia, em construção na zona oeste da cidade
de São Paulo. O empreendimento será formado por quatro
torres, tendo cada uma dois subsolos, térreo e 25 pavimentos.
As obras estão sendo realizadas pela empresa Mac Investimentos
e Participações em parceria com a Construtora Cyrela,
e ocupam área construída de cerca de 60.000 m2, em
terreno de aproximadamente 17.500 m².
Os
trabalhos de projeto e direção técnica das
fundações ficaram a cargo da empresa Zaclis, Falconi
e Engenheiros Associados. As fundações foram executadas
entre os meses de julho e setembro de 2006. Além das estacas
hélice contínua monitorada, poderiam ser utilizadas
na obra outras técnicas de fundação, como
estacas pré-moldadas de concreto armado ou metálicas,
estacas escavadas com o uso de lama betonítica ou ainda
estacas tipo Franki, como comenta o eng. Celso Nogueira Correa,
da Zaclis Falconi: "no
caso das estacas prémoldadas, o prazo de execução
seria maior e a variedade nos comprimentos poderia ser grande,
em função das características do solo, levando
a alto índice de quebra. No caso das estacas escavadas de
grande diâmetro com uso de lama betonítica, as cargas
não justificavam a utilização desse tipo de
fundação e, em relação às estacas
tipo Franki, também levariam a prazos maiores de execução".
A
definição dos construtores pelas estacas hélice
contínua deveu-se em função da grande vantagem
em termos de velocidade de execução, por adequar-se
melhor às características do solo (camada super ficial
de aterro, sobre solo sedimentar com camadas alternadas de argilas
e areias com, respectivamente, consistência e compacidade crescente
com a profundidade), pelas cargas atuantes e pelo retorno no aspecto
econômico.
"
Essa técnica oferece agilidade na execução,
controle do método executivo por meio de sistema de monitoração,
gerando dados que permitem a avaliação do andamento
das fases de execução da estaca, além de não
gerar alívio de escavação", explica
o engenheiro.
Mas,
sem dúvida, uma das principais vantagens da fundação
estaca hélice contínua em relação às
demais técnicas são os baixos níveis de vibração
e ruídos, requisito fundamental quando se pensa em grandes
obras realizadas em espaços densamente
ocupados, como nas principais cidades do país.
A
execução das fundações do condomínio
Páteo Pompéia também é emblemática
porque foi uma das primeiras a seguir a especificação
de traços padrão para o concreto utilizado
em estacas hélice contínua, definida através
de uma parceria entre ABESC, ABEF
e ABEG (vide boxe abaixo). O concreto utilizado nas fundações
segue as especificações do código
HC, com a resistência fck > 20 MPa.
Na
avaliação do eng. Celso, essa definição
de parâmetros foi bastante positiva. “Especificamos esse
concreto desde que foi elaborado e desenvolvido pelas três
entidades e não temos enfrentado qualquer problema”.
A
estrutura das torres do condomínio residencial Páteo
Pompéia está sendo executada de forma convencional,
com concreto armado com telas soldadas e fechamento em alvenaria.
O projeto de estrutura está a cargo da empresa França & Associados
Engenharia. De acordo com o eng. Luciano Cavalcanti de Lima, engenheiro
residente da obra, o concreto utilizado na estrutura apresenta especificação
de fck 35 MPa (até o 1º andar) e 30 MPa (nos demais pavimentos).
No total, serão utilizados na obra cerca de
13 mil m³ de concreto.
As
obras do Páteo Pompéia foram iniciadas em maio de
2006 e a expectativa dos construtores é que a entrega do empreendimento,
dividida em fases, ocorra entre os meses de setembro de 2008 e setembro
de 2009.
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