Em
2006 o IBTS deu início a uma pesquisa com o objetivo
de traçar um diagnóstico
da produtividade proporcionada pelas telas soldadas na montagem
das armações
de estruturas de concreto armado, em obras executadas em todas
as regiões do
país. Exemplo dessa iniciativa é o monitoramento
realizado no condomínio residencial Campos Elísios,
em Jundiaí (SP), e no edifício comercial The
City, no bairro do Itaim, capital paulista.
Nestes dois casos foi possível aferir aumento na produtividade
com o uso das telas. Na obra da capital, a diferença
positiva chegou a 28,7% e em Jundiaí o índice
de melhoria da produtividade alcançou impressionantes
58,4%. Segundo o eng. João Batista Rodrigues, diretor
do IBTS, é preciso salientar que esses bons resultados
justificam-se em função das características
das obras, tipologia das lajes, tipo de equipamento de transporte
vertical, mão-de-obra, entre outros fatores.
Voltado
ao público de alto poder aquisitivo, o condomínio
Campos Elísios, em Jundiaí, é formado
por três edifícios residenciais (com 18 pavimentos)
e um comercial
(17 pavimentos), que ocupam área construída de
cerca de 80 mil m2, num terreno de 14.570 m². O empreendimento
ainda prevê um espaço de 11 mil m² com toda
a infra-estrutura voltada ao lazer. O projeto de estruturas
foi
responsabilidade do eng. Arnoldo
Wendler, da Wendler Projetos.
O
processo construtivo prevê alvenaria
estrutural nos pavimentos tipo, cobertura, casa de máquinas
e caixa d´água. Na estrutura dos subsolos, as
lajes são
do tipo nervurada. Já a laje do pavimento tipo é maciça,
de concreto moldado in loco. De acordo com o eng. Vicente
Paulo de Souza, coordenador de obras da Incorporadora F.
A. Oliva, "esse
processo construtivo gera, entre outras vantagens, maior
velocidade na execução, redução
de desperdício,
e maior limpeza no canteiro".
Nesta
obra ocorreu uma mudança no projeto das armações,
uma vez que inicialmente estava prevista a utilização
de vergalhões para a montagem das armações. "Na
primeira torre, armamos as lajes do pavimento tipo até o
10º andar, da forma convencional. Depois, recebemos
um projeto das armações em telas soldadas
e percebemos
que essa mudança otimizou a organização
do canteiro, contribuiu no controle do processo, além
de nos proporcionar um custo satisfatório e reduzir
o tempo de execução, permitindo o remanejamento
da equipe excedente para a execução de serviços
em outras áreas", avalia o eng. Vicente Souza.
O
acompanhamento técnico da obra e o monitoramento que
estão sendo realizados pelo IBTS, consistem, inicialmente,
na coleta de dados por um técnico, cuja função
era acompanhar o processo no canteiro, aferindo horas de mão-de-obra,
consumos de aço e telas soldadas, entre outros parâmetros.
Posteriormente, se procurou agrupar esses dados, que geraram
informações sobre os indicadores de produtividade.
"
Comparando, pudemos conhecer um pouco mais sobre o uso da tela
soldada, seus custos e vantagens, o que nos possibilitou,
inclusive, adotar esse tipo de
armação para as duas outras torres que estamos
executando no mesmo conjunto residencial", explica o coordenador
de obras.
Segundo
o eng. Vicente Paulo de Souza, a iniciativa de realizar acompanhamento
de obras é muito importante para o desenvolvimento
do segmento daconstrução: "todo
o aprendizado, principalmente no ambiente de obra,
que possa nos ajudar a
controlar
melhor nosso serviço é válido. O IBTS
nos orientou e controlou todo o processo de transição
e implantação do uso da tela soldada. Num mercado
tão competitivo como atualmente, reduzir custos e prazos
mantendo um padrão de qualidade é fundamental".
Nas obras do Residencial Campos Elísios, a Incorporadora
F. A. Oliva deve utilizar aproximadamente 20.000 m³
de concreto, com especificação de fck variando entre 20 e
30 MPa. Também devem ser empregados aproximadamente
250 t de telas soldadas dos tipos Q 92 e Q 138. A obra foi
iniciada em agosto de 2004 e a entrega da última torre
está prevista para abril de 2010. Sofisticação em edifício
comercial
Dotado das
mais modernas tecnologias, o empreendimento comercial The City
vai ocupar 52.428
m² de área construída
num terreno de 5.257 m², na av. Juscelino Kubitschek, uma das áreas
mais valorizadas da cidade de São Paulo.
O edifício
de escritórios corporativos terá 13
pavimentos tipo, dois mezaninos técnicos, térreo,
cobertura, heliponto, mais cinco subsolos, com cerca de 800 vagas
de garagem. Um dos destaques em termos construtivos são
as grandes dimensões das lajes, que
alcançam 1.721,43 m², projetadas para suportar uma sobrecarga
de 500 kgf/ m², na área de escritórios, e
1.000 kgf/ m², em áreas especiais de serviço.
A construção
está sendo realizada pela Cyrela e o projeto de estruturas
ficou a cargo da empresa Julio Kassoy
e Mário Franco.
O processo
construtivo prevê estrutura
em concreto armado, lançamento estrutural dos andares
tipo em "grelha",
com espaçamento entre vigas de 3,20 m, lajes de 10 cm
de espessura e vãos livres de até 15 m. O fechamento
de paredes será em alvenaria com blocos de concreto,
revestidas com argamassa.
O projeto previa
as armações
com vergalhão,
mas os construtores, depois de receberem informações
sobre os resultados oferecidos pelas telas soldadas, optaram
por utilizar essa técnica em cinco pavimentos tipo,
para estudo de viabilidade.
De acordo com
os engenheiros residentes Marcio Akira Taka e Sidney Charf, a
tela proporciona uma
excelente qualidade
na
distribuição
da armadura, aliado
a economia de tempo na montagem, características potencializadas
nesta obra devido à repetitividade no dimensionamento da
armadura (bitola e espaçamento entre as barras iguais entre
os diversos panos de laje).
"
Comparadas com a armação de vergalhões, as
telas soldadas oferecem ganho de produtividade na montagem
da armação,
qualidade final da armação (espaçamento
e alinhamento entre barras, recobrimento da armadura, comprimento
de ancoragens nas vigas, etc), e economia de arame para
amarração
(existente nos vergalhões)", avalia o eng.
Márcio
Akira.
Esta obra também
teve acompanhamento e monitoramento do uso das telas soldadas
pelo IBTS. Nesse processo, um
técnico
da entidade monitorou em período integral todas
as atividades do ciclo de concretagem da laje tipo, dando
atenção
maior ao momento
da armação.
Segundo o engenheiro,
esse processo oferece dados extremamente precisos sobre os tempos
produtivos e improdutivos,
medição
precisa da produtividade da armação
com comparativos entre vergalhão e tela soldada, e o custo
apurado sobre os dois tipos de armação,
o que certamente será levado em consideração
por parte da construtora ao definir o sistema de armação
em obras futuras.
Os construtores
esperam consumir, na obra
do edifício The
City, cerca de 19.000 m³ de concreto, com especificação
de fck 40 MPa para toda a estrutura. Também
deve se utilizar 43 t de telas soldadas. As obras do
empreendimento tiveram início
em janeiro de 2005 e a
conclusão está prevista para janeiro de 2008.
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