O
novo condomínio compreenderá área total
de49.814,70 m², de um terreno com 6.217 m²,
onde serão construídas duas torres de 39 pavimentos,atingindo
altura total de 141 metros,
que o transformará no condomínio de luxo mais alto
do Brasil, permitindo uma vista privilegiada
de boa parte da cidade e, principalmente, do vizinho Parque do Ibirapuera.
Cada
torre será composta por três subsolos, térreo,mezanino,
36 pavimentos tipo e uma cobertura duplex. Os apartamentos (um
por andar) terão áreas que variam entre 402 m² e
471 m², 4 suítes e 5 a 8 vagas de garagem. O preço
de cada apartamento varia entre R$ 2,5 milhões e R$ 8 milhões.
As obras estão a cargo da Tricury Construções
e Participações e os empreendedores estimam que o
investimento total será da ordem de R$ 250 milhões.
Logicamente,
um empreendimento deste porte terá as mais modernas
tecnologias construtivas e isto fica claro desde as fundações.
Para dar conta dessa estrutura das duas torres, as fundações
compreenderam a construção de dois grandes blocos de
concreto. O bloco da torre Inhambu tem a dimensão de 16,50
m x 10,60 m x 2,80 m, Já o bloco da torre Canário tem
dimensão de 15,00 m x 10,20 m x 2,80 m. De acordo com o engenheiro
residente da obra, Márcio Gomes, "devido as cargas e
os esforços serem grandes e concentrados, houve a necessidade
de associar várias sapatas em um só bloco com vários
pilares".
Por
se tratar de um volume muito grande de concreto (cerca de 500
m³ por bloco) foram necessários alguns diferenciais para que
a execução dessa concretagem pudesse ocorrer de forma
rápida e eficiente, como explica o eng. Edson Petronilho,
da Plena Projetos e Consultoria, que atuou como consultor na área
tecnologia do concreto deste empreendimento: "como a maioria
dos materiais, o concreto expande no aquecimento e contrai no resfriamento.
Nas estruturas de grandes dimensões, como a base de fundação
das torres do condomínio The Place, a combinação
do calor produzido pela hidratação do cimento com a
pobre condição de dissipação de calor
dos agregados, resultam em um grande aumento na temperatura do concreto
poucos dias após o lançamento, e o seu resfriamento à temperatura
ambiente faz com que ocorra um processo de fissuração".
Por
conta disso, adotou-se o procedimento de resfriamento do concreto
de alto desempenho (fck 50 MPa) com escamas de gelo,
aproveitando
a sinergia da sílica ativa e do gelo, para o controle da evolução
adiabática da temperatura, a fim de impedir que o calor gerado
por essa grande massa causasse fissuras no interior da peça,
o que poderia gerar danos estruturais. A opção pelo
gelo deveu-se aos bons resultados proporcionados e ao menor custo
em comparação com outras técnicas. Para que
essa técnica alcançasse os resultados esperados
foram tomados cuidados especiais, como a realização
dos cálculos das tensões provenientes da carga
térmica instalada com emprego de um modelo que leva em consideração
o comportamento viscoelástico linear com o envelhecimento
do concreto. "Além disso, a base concretada foi monitorada
termicamente através de termopares acoplados a um aparelho
field logger, com leituras realizadas em intervalos de 30 minutos,
pelos 10 dias possíveis, em função do cronograma
da obra", explica o consultor.
A
viabilização desse trabalho de concretagem exigiu
planejamento e logística. Quando o caminhão-betoneira
chegava ao local, era retirada uma amostra do concreto
e com um termômetro
verificasse se a temperatura
limite tinha sido alcançada (até 18º C). Depois
da concretagem, oito sensores térmicos,
controlados por computadores, foram colocados sobre o concreto
para verificar se a temperatura permanecia,
a fim de evitar problemas futuros. Esses sensores permaneceram
sobre o concreto por 15 dias.
Em
termos logísticos, por se tratar de uma área
nobre e densamente ocupada, e cujo acesso se faz
somente por corredores que sofrem com o trânsito de São
Paulo, optou-se por lançar o concreto com a
utilização de bombas-lança, com a definição
de dois pontos estratégicos (nas zonas sul e oeste
da cidade), onde ficavam as centrais dosadoras de onde
partiram as
betoneiras que abasteceram esses equipamentos.
O
planejamento incluiu ainda a autorização da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) para que os vários caminhões
pudessem ficar estacionados nas ruas que circundam
o empreendimento e, assim, tornassem
possível a concretagem de cada bloco em apenas um dia. Na
concretagem dos dois blocos de fundação
foram utilizados cerca de 170 caminhões betoneira. Toda a estrutura do
condomínio The Place está sendo
executada em concreto armado com telas
soldadas, tendo fechamento em alvenaria em bloco cerâmico.
O concreto apresenta as seguintes características: fck de
50MPa, com módulo de elasticidade Eci = 30GPa (fundação
ao 6º pavimento) e fck de 40MPa, com módulo de elasticidade
Eci = 30GPa (a partir do 7º pavimento). O projeto de estrutura
está a cargo da empresa Pasqua e Graziano Associados.
A expectativa
dos construtores é que no total sejam utilizados
na obra cerca de 17 mil m³ de concreto. As
obras do condomínio The Place foram iniciadas em agosto
de 2006 e o empreendimento deve ser entregue
em março de 2009.
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