Telas soldadas na ligação entre SP e MS

A tecnologia das telas soldadas está sendo amplamente utilizada nas obras de superestrutura da ponte sobre o rio Paraná, que fará a interligação dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre as cidades de Paulicéia (SP) e Brasilândia (MS).

A construção da superestrutura da ponte está sendo executada pela Construtora Camargo Corrêa, para a Companhia Energética de São Paulo (CESP), com parte dos recursos vindos do governo federal, através do DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. A ponte faz parte do compromisso assumido em 1998, entre a CESP e a Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP), como forma de compensar os municípios atingidos pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera).

Conhecida como Ponte Paulicéia, a obra terá 1.705 m de comprimento, com duas mãos de direção em pista simples, tendo duas faixas de rolamento (3,5 m cada) e dois acostamentos (3,07 m cada), totalizando 13,14 m de faixa útil de tráfego.

A superestrutura será composta de um trecho central, em estrutura estaiada, com um vão principal para navegação de 200 m, e de um trecho convencional, com previsão de consumo total de concreto de 16.500 m3.

No trecho estaiado, a estrutura do tabuleiro será executada por meio de balanços sucessivos, a partir dos mastros, e suportada por estais (cabos de aço), sendo 28 estais por mastro. Cada mastro, construído em concreto armado, terá 60 m de altura acima do nível d’água e 45 m acima do tabuleiro. Nesse trecho, a estrutura terá largura de 17,30 m e os dois vãos adjacentes ao principal com 200 m, terão comprimento de 100 m.

No trecho convencional, cada vão terá cinco vigas pré-moldadas de concreto, transportadas e posicionadas com auxílio de uma treliça lançadora. Sobre as vigas serão lançadas placas de concreto armado, que funcionarão como fôrmas para a laje que será concretada, resultando em um estrutura com largura de 15,9 m. Serão 29 vãos no total, com 45 m de comprimento cada um. Cada viga (de um total de 145) tem 43,8 m de comprimento e 97 t de peso, e será previamente fabricada no canteiro da obra. O concreto utilizado nessa etapa apresenta especificação de fck de 40 MPa para as vigas e 25 MPa para as lajes.
Segundo Cláudio Silva Coca, gestor de planejamento da obra e engenheiro da Camargo Corrêa, inicialmente, os cálculos de projeto previam que as armações das placas pré-moldadas e lajes de concreto fossem executadas com vergalhões, mas com a transformação para uso de telas soldadas houve sensíveis ganhos em termos de velocidade de execução. "O tempo para montagem das telas é bem menor do que na armação convencional, resultando em ganhos significativos no cronograma da obra. Além disso, a redução de custo de mão de obra compensa o custo de aquisição da tela", esclarece o engenheiro.

Aliás, os bons resultados obtidos com a utilização das telas soldadas no concreto armado levaram os construtores a optar por essa tecnologia também para a execução dos guard raills da ponte. No total, estão sendo utilizadas na obra cerca de 200 t de telas soldadas.

As obras de construção da Ponte Paulicéia foram iniciadas em julho de 2000 e a expectativa dos construtores é de que estejam totalmente concluídas em junho de 2006.

 

 
 
     
 
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