Condomínio residencial aproveita a paisagem ferroviária



Construção industrializada prevê telas soldadas nas lajes

O que, à princípio, poderia ser um obstáculo - a proximidade com uma estação ferroviária - foi transformada num dos destaques do empreendimento residencial Rail Pompéia, localizado na zona oeste da capital paulista.

A idéia dos empreendedores, construtora MAC e Koema, foi usar a paisagem férrea de forma favorável, para transmitir dois sentimentos: incentivar a convivência entre os moradores, como ocorre em uma cidadezinha antiga, com a modernidade presente nas construções. Um exemplo dessa iniciativa é o fato de a lavanderia ser integrada a um café, estimulando a conversa e o acesso à internet.

O responsável por transformar esse conceito em realidade foi o arquiteto argentino Pablo Slemenson. Um dos atrativos do projeto é um espaço, na área de lazer, com decks com mesinhas, tendo vista para os trilhos. Exatamente para que haja essa integração com a paisagem urbana, no lugar de um muro alto rente à ferrovia, o projeto prevê um gradil vazado.

O Rail Pompéia ocupa uma área construída de 34,5 mil m², num terreno com cerca de 11.800 m². O empreendimento é formado por duas torres de 20 pavimentos, sendo 18 pavimentos tipo, térreo e subsolo. Cada torre abriga 200 apartamentos, entre 1, 2 ou 3 dormitórios e coberturas duplex.

O projeto compreende ainda um amplo prédio de lazer, que faz ligação entre as duas torres de apartamentos, contendo piscinas, sala de ginástica, ofurô, sauna, pista de corrida, lareira e uma área de gourmet. As obras foram iniciadas em maio de 2004, baseando-se no sistema industrializado de construção. A técnica de fundação foi estaca tipo hélice contínua, com as estacas atingindo em média 18 m.

A construção das torres está sendo viabilizada através de alvenaria estrutural, com blocos de concreto estruturais. "Nós fizemos uma laje convencional (que é a do térreo), que funciona como uma laje de transição. A partir daí já começamos com alvenaria estrutural. Até o 2º andar existem algumas vigas para sustentar o pé direito duplo, mas a partir do 3º andar não há vigas nem pilares", explica o engenheiro residente da obra, Luciano Cavalcanti de Lima.

Na avaliação dos construtores, a técnica de alvenaria estrutural torna o processo construtivo mais simples, mais rápido e mais econômico. “É possível levar a obra pronta, conforme vai sendo executada, sendo que no sistema convencional, com pilares e vigas, você primeiro faz a estrutura e depois tem que voltar para fazer todo o fechamento", explica o engenheiro.
As lajes dos pavimentos tipo são moldadas in loco, com concreto armado, e apoiadas diretamente sobre uma cinta de alvenaria grauteada. Em média, as lajes apresentam espessura de 11 cm, com armadura positiva e negativa em telas soldadas (exceto a laje do térreo).

De acordo com o eng. Luciano, as telas apresentam um resultado muito melhor se comparadas com a armação com vergalhão, porque se revelam um sistema muito mais prático, produtivo e permitem a redução de mão-de-obra. "A armação tem maior qualidade, com uma aparência muito melhor do que no caso do vergalhão. A produtividade também é bem maior no caso das telas, e o transporte fica bastante facilitado", afirma.

Para potencializar os bons resultados oferecidos pelas telas soldadas a construtora, ao invés de receber as telas diretamente da fabricante, preferiu contar com os serviços de uma empresa especializada no trabalho de corte e etiquetagem das telas, que chegam no canteiro nas dimensões exatas para serem utilizadas e devidamente marcadas. Segundo o eng. Luciano, "isso facilita muito nosso trabalho. Se comprássemos as telas em rolo ou placas, precisaríamos destinar pessoal, espaço e tempo para o trabalho de corte, além da marcação em cada tela".

Todo o concreto utilizado no empreendimento apresenta especificação de fck de 30 MPa. No total, estão sendo utilizados na construção cerca de 4.500 m³ de concreto.

Para agilizar ainda mais o cronograma de obras do Rail Pompéia, a construtora montou uma central no próprio canteiro de obras especificamente para chumbar as caixas elétricas nos blocos de concreto, que, ao serem assentados, já ficam com toda a parte elétrica preparada.

A previsão dos construtores é de que a torre 1 do Rail Pompéia seja entregue em julho de 2006 e a obra esteja totalmente concluída em janeiro de 2007.

 

 
 
     
 
voltar