Nova tecnologia nos edifícios industriais da Hoescht

Capeamento das estruturas com tela soldada garante eficiência e economia

Projetar três edifícios em que as estruturas dos pavimentos pudessem suportar altas cargas. Tendo esse como um dos princípios objetivos, a GTP – Grupo Técnico de Projetos e a Altecnica desenvolveram para a Hoescht do Brasil o projeto dos edifícios industriais, na cidade de Suzano, na Grande São Paulo.

Segundo o eng. José Martins Laginha Neto, diretor da GTP, decidiu-se pela "construção com base em pilares e vigas pré-moldados e lajes alveolares, com consolidação através do capeamento com armações complementares de tela soldada".

Sistema traz economia com qualidade

Entre as principais vantagens dessa tecnologia estão o menor consumo de materiais, melhor comportamento estrutural, rapidez na construção e redução da mão-de-obra, em comparação com o sistema convencional. Outro ponto positivo é que o uso de peças pré-moldadas elimina a necessidade de utilização de fôrmas.

Esta nova tecnologia vem se popularizando no Brasil e já foi utilizada pela GTP em projetos de obras como hipermercados Wal Mart, no bairro do Pacaembu, e Extra, na av. João Dias (ambos em São Paulo), além da sede da empresa Solectron (São José dos Campos, SP). No caso da Hoescht, a tecnologia está sendo utilizada na construção do primeiro dos 3 edifícios industriais, iniciada há 6 meses, onde se trabalhará com produtos líquidos. Também serão construídos um edifício para sólidos e outro para recepção de materiais.

Para o eng. José Zamarion Ferreira Diniz, consultor da GTP, a utilização que será dada aos edifícios foi outro dos fatores fundamentais para definição por esse tipo de construção.

"Como se trata de uma indústria química, era necessário garantir a durabilidade do piso. Para tanto, trabalhou-se com uma exigência na qualidade do concreto de acordo com as mais rígidas normas internacionais", esclarece Zamarion.

Na construção deste primeiro edifício, tendo em vista as necessidades de serviço e carga de cerca de 1,5 t/m2, foram utilizadas as especificações de concreto fck 45 MPa para os pilares e fck 40 MPa para as vigas. Os pré-moldados ficaram a cargo da Reago e as obras estão sendo desenvolvidas pela Construtora Hochtief.

Capeamento com tela soldada

Um dos destaques desse processo construtivo é o capeamento realizado sobre as lajes com o objetivo de dar continuidade à estrutura. Como em grandes áreas concretadas é comum ocorrer retração do concreto coloca-se a tela soldada não só para combater essa retração como também absorve as variações volumétricas que possam ocorrer.

Segundo o eng. Zamarion, "a tela é uma grande solução. Ela permite, por exemplo, que nas regiões de momentos negativos da lajes sejam colocadas duas armaduras de tela para garantir a absorção de esforços". Na obra do primeiro edifício da Hoescht foram utilizados 33 rolos de tela soldada Q138.

Outras vantagens que podem ser ressaltadas por conta do sistema de capeamento são o aumento da capacidade de redistribuição de esforços entre as lajes pré-moldadas e a compatibilização dos deslocamentos horizontais de um mesmo pavimento.

Além disso, ao contrário do que se possa imaginar, a estrutura de capeamento com telas soldadas – que alcança a espessura de 5 cm – não se constitui em mais um peso sobre o piso. "O capeamento não é peça morta. Ele se incorpora à laje em serviço que passa a trabalhar com o restante da estrutura aumentando a resistência em serviço", explica o consultor da GTP.

Entretanto, o eng. Laginha prefere destacar outros resultados adicionais alcançados na obra da Hoescht, que considera relevantes: "a altura da estrutura dos pavimentos acabou sendo menor, proporcionando redução de dezenas, senão centenas, de metros quadrados na fachada e a simplificação dos caminhamentos das redes de facilidades, pela eliminação das interferências estrutura/utilidades".

 

 
 
     
 
voltar