Corredor de Ônibus com Tecnologia
de Primeiro Mundo

Curitiba utiliza alternativa inédita no Brasil

Mais um trecho urbano em pavimento estruturalmente armado acaba de ser executado em Curitiba (PR) integrando as obras de implantação da Linha Circular Sul, para ônibus biarticulado, realizadas em 5 bairros pela Prefeitura Municipal.

O projeto da Linha Circular Sul configura a maior intervenção no setor de transporte coletivo nos últimos 15 anos na capital paranaense, interligando 7 terminais de ônibus, numa extensão de 26 km. Farão parte da linha 38 estações-tubo para embarque e desembarque com capacidade para transportar 100 mil passageiros por dia, além de melhorar o trânsito em vias importantes da cidade por onde circulam cerca de 46 mil veículos por dia.

Além da infra-estrutura viária, as obras envolveram paisagismo, obras-de-arte corrente, sinalização semafórica, sinalização horizontal e vertical e obras complementares. O custo total do projeto foi de R$ 18 milhões e a Prefeitura de Curitiba teve o apoio do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Opção pelo concreto armado

O trecho em concreto estruturalmente armado, com 330m, fica na r. Luiz Gaspari e é destinado à canaleta exclusiva dos ônibus biarticulados. O projeto da linha Circular Sul previa inicialmente a execução dessa pista em pavimento flexível, mas o Departamento de Pavimetação da Secretaria de Obras Públicas – com a consultoria da Gerdau, ABCP. Amodal e Cimento Itambé – preferiu optar pelo concreto estruturalmente armado.

Segundo a eng. Manuela de Amaral Marqueño, da Secretaria Municipal de Obras Públicas, a opção foi principalmente técnica. "Por conta do projeto, a galeria celular ficou longitudinalmente dentro de parte da pista para ônibus. Com isso, poderiam ocorrer futuramente problemas de recalque diferencial no encontro da galeria celular com o pavimento flexível", comenta Manuela.

A engenheira explicou também que a escolha do concreto estruturalmente armado, ao invés do pavimento de concreto simples, deveu-se também ao problema de limitação de espessura total do pavimento sobre a galeria celular existente, pois com o concreto simples haveria um acréscimo de, no mínimo, 7 cm na espessura da placa, prejudicando a concordância da pista nos cruzamentos com as ruas transversais existentes.

Tela soldada garante resistência

Para viabilizar o pavimento de concreto armado, executou-se inicialmente a sub-base em moledo (material composto de argila, saibros e rochas decompostas), conforme previa o projeto original e, em seguida, a base em concreto rolado, com espessura de 10 cm, sob uma camada de 15 cm de brita graduada. Depois, foi executado o pavimento rígido estruturalmente armado, com espessura de 14 cm e fck=25MPa, com armadura dupla em telas soldadas separadas por espaçadores soldados e com juntas transversais a cada 15 m.

De acordo com o projeto, foi utilizada uma tela inferior, situada a 3 cm da face inferior, e uma tela superior, com comprimento de 3 cm, separadas por espaçadores soldados de 8 cm de altura. Além disso, em torno das caixas de captação foi executado reforço com tela soldada. As telas utilizadas foram EQ138, EQ246 e EP503/246/13, totalizando cerca de 20.150 kg.

Apesar da pouca experiência da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba no uso de tela soldada, a eng. Manuela Marqueño esclarece que "poderíamos citar como vantagens, sem comparativos, a qualidade obtida com a tela soldada, a rapidez de execução e a necessidade de pouca mão-de-obra para montagem da estrutura".

Tecnologia em novas obras

Ainda segundo a engenheira, apesar de ter sido a primeira obra de pavimento urbano de concreto estruturalmente armado executada em Curiba, o resultado foi satisfatório. A expectativa da Prefeitura de Curitiba é obter resultados cada vez melhores nas próximas obras, com a introdução de novas tecnologias como, por exemplo, a vibroacabadora para execução desse tipo de pavimento.

"Conseguindo obter com o pavimento de concreto armado um custo equivalente ao pavimento flexível, teremos uma alternativa extremamente atraente e competitiva, devido a várias vantagens já comprovadas do pavimento rígido, como o baixo custo de manutenção, economia com iluminação pública, maior segurança, redução dos gastos operacionais, etc", conclui a eng. Manuela do Amaral Marqueño.

 

 
 
     
 
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