Novas tecnologias construtivas chegam a habitação popular


Os avanços na área da tecnologia construtiva são acessíveis e viáveis a todas as construções. Os novos conjuntos habitacionais da CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, no bairro da Moóca, em São Paulo, comprovam esse raciocínio.

O empreendimento compreende 524 apartamentos, divididos em quatro condomínios. O condomínio "Moóca B" tem dois prédios, um de dez pavimentos com 80 apartamentos, e o de quinze pavimentos tem 60 apartamentos. Os condomínios "Moóca C", "Moóca D" e "Moóca E" têm, cada um, um prédio de 16 pavimentos, com oito apartamentos por andar, num total de 128 apartamentos por condomínio.

As obras estão a cargo da Schahin Engenharia e tiveram início em abril deste ano, com previsão de entrega em junho de 2004.

A tecnologia construtiva que está sendo utilizada prevê nas paredes blocos de concreto estruturais e lajes armadas com telas soldadas, moldadas no próprio canteiro de obras, além de, no acabamento externo dos edifícios, um revestimento tipo textura, colorido, de base cimentícia.

Segundo o eng. responsável pela obra, Carlos Eduardo Soares de Medeiros, esta é a primeira vez que a Construtora utiliza tecnologia de lajes pré-moldadas no canteiro numa obra destinada a habitação popular. "Acredito que a cultura, sendo bem assimilada, se viabiliza. Pelos bons resultados que estamos alcançando, a tendência é que esse processo construtivo passe a ser utilizado por nós em outras obras semelhantes".

As lajes têm espessura de 9cm e utilizam concreto com especificação de fck igual a 20 MPa. A decisão de moldar as lajes no próprio canteiro deveu-se, primordialmente, à necessidade de agilizar a construção. "Se optássemos pelo sistema convencional de lajes moldadas in loco não conseguiríamos cumprir o curto prazo dado para a construção, mesmo utilizando o sistema de alvenaria autoportante. Então, optamos por fazer lajes pré-moldadas, que possibilitam racionalizar o processo construtivo, resultando numa velocidade bem maior", explica o engenheiro.

De acordo com Medeiros, "o sistema para fabricar e montar uma laje no canteiro compreende um dia de trabalho. Se fosse moldada in loco o tempo necessário subiria para quatro dias".
Nesse processo, a participação das telas soldadas na armação das lajes é fundamental, justamente por otimizar a mão-de-obra, conferindo maior qualidade ao produto final. "Com as telas, eu consigo uma velocidade bem maior do que se montasse a armação com vergalhão. Além disso, as telas já vêm nas dimensões necessárias, praticamente não havendo perdas', avalia o engenheiro responsável pelas obras.

Depois de moldadas no canteiro, as lajes são içadas até o local definitivo através de gruas, sendo assentadas sobre a alvenaria. Além das lajes, também as escadas estão sendo moldadas no próprio canteiro de obras.

Como o prazo para a execução das obras é demasiadamente curto (cerca de um ano), os prédios estão sendo levantados simultaneamente, sendo que a construtora optou pela terceirização de mão-de-obra como uma das estratégias para cumprir as metas orçamentárias e o prazo. "A cargo da Schahin ficarão a coordenação, fiscalização técnica, planejamento estratégico e todas as responsabilidades contratuais perante o cliente", explica Carlos Eduardo Medeiros.

 

 
 
     
 
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