Piso de Concreto
Estruturalmente Armado com Tela Soldada Garante Orçamento
Encontrar
uma solução eficiente e dentro de um orçamento
apertado para a construção do piso do Centro da Manutenção
de Aeronaves da TAM, em São Carlos (SP). Essa foi a difícil
situação em que se encontrou a Dumont Engenharia Aeroportuária,
responsável pelo projeto e execução da Fase
1 do empreendimento.
O
local onde foi construído o Centro abrigava antigamente a
Companhia Brasileira de Tratores (CBT), cujas instalações
possuíam até um aeroporto completo, com pista de 1.500
m asfaltada, hangar, pátio de aeronaves, terminal de passageiros,
torre de controle, balizamento noturno, etc. Tudo isso se manteve
conservado até os dias de hoje, graças a uma desapropriação
feita pelo Estado na década de 90, quando a área do
aeroporto passou a ser administrada pelo Departamento Aeroviário
do Estado.
A
primeira fase do projeto consistiu na construção de
uma pista de taxeamento de 880 m, ligando o aeroporto às
instalações da antiga fábrica, três pátios
de aeronaves, somando 20.000 m2, e um hangar de 5.000 m2, com vão
livre de 100 metros, para operações de aeronaves da
envergadura do Airbus A 330.
Segundo
o eng. Cláudio Borges, um dos responsáveis técnicos
da obra, o projeto foi desenvolvido em quatro frentes: hangar, terraplanagem,
pavimentação asfáltica e pavimento rígido.
A experiência acumulada em diversas outras obras de pátios
de aeroportos, levou a empresa a projetar o pavimento rígido
em concreto simples, com placas de 4,5 m x 3,5 m e barras de ligação
e de transferência, sobre sub-base de BGTC (Brita Graduada
Tratada com Cimento).
"O
projeto estava seguindo bem de perto o pré-dimensionamento
do estudo de viabilidade que havíamos feitos alguns meses
antes, e, portanto, os quantitativos de materiais estavam sob controle.
Entretanto, quando recebemos os primeiros orçamentos de mão-de-obra
das poucas empresas especializadas em execução de
pavimento desse tipo, o orçamento realmente fugiu do controle,
justamente no item que respondia por mais de 50% do custo da obra",
explica o eng. Cláudio Borges.
A
solução para o problema começou a ser encontrada
através de uma indagação: "por que o custo
da mão-de-obra do piso do hangar, que seria feito por empresas
de piso industrial era muito inferior ao do piso do pátio,
se na prática os dois receberiam os mesmos tipos de carregamento?"
Os
técnicos da Dumont contataram então as empresas EP
e LPE, especializadas, respectivamente, em execução
e consultoria em pisos industriais e chegaram a conclusão
que, se utilizassem o conceito de pisos de concreto estruturalmente
armados com telas soldadas e barra de transferência, conseguiriam
reduções na espessura da sub-base de BGTC, na camada
de concreto (que teve especificação de fck de 32 MPa).
Essa solução possibilitou ainda executar placas com
dimensões maiores (10mx 15m), reduzindo a quantidade de juntas
no piso, com um consumo de cimento menor que o do concreto especificado,
de fct = 5,0 MPa, evitando também possíveis problemas
de fissuras durante a cura do pavimento.
Para
o eng. Cláudio Borges, "a análise dos custos
com materiais ficou praticamente idêntica ao pavimento de
concreto simples, mas com a grande vantagem de poder ser executado
por empresas de pisos industriais, cujo mercado é bem mais
dinâmico e competitivo. Essa mudança de tecnologia
nos permitiu trazer o orçamento de volta a normalidade até
o final da obra."
De
acordo com os construtores, no total foram utilizadas 330t de telas
soldadas, que possibilitaram o desenvolvimento da construção
com extrema rapidez (pavimentação de cerca de 1.000
m2 por dia), de forma organizada e com preparação
muito simples.
"Acreditamos que o sucesso dessa obra agirá com um divisor
de águas na área de aeroportos, quer seja pela agilidade
e confiabilidade da execução, ou mesmo pela perspectiva
de uma vida útil mais longa para o pavimento, uma vez que
reduzimos de forma significativa a quantidade de juntas do pavimento",
avalia o eng. responsável.
O
Centro de Manutenção da TAM foi oficialmente inaugurado
no final do mês de novembro.
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